🔥Ações selecionadas por IA com InvestingPro Agora com até 50% de descontoGARANTA JÁ SUA OFERTA

Repressão recente na Venezuela pode ser consequência da diminuição do apoio a Maduro, dizem fontes

Publicado 26.02.2024, 11:19
© Reuters. Presidente da Venezuela Nicolás Maduro em Caracas
 20/2/2024    REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria
CL
-

Por Mayela Armas e Vivian Sequera

CARACAS (Reuters) - A recente mudança de abordagem do governo da Venezuela em relação à sua incipiente aproximação com os Estados Unidos e com seus oponentes é provavelmente uma resposta ao declínio do apoio de seu eleitorado tradicional, de acordo com analistas, eleitores e fontes próximas ao governo.

Após meses de descongelamento das relações com os EUA, o governo do presidente Nicolás Maduro promoveu uma reviravolta nas últimas semanas. O país fechou o escritório local de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), o procurador-geral ordenou a prisão de uma conhecida ativista e o mais alto tribunal confirmou a desqualificação da principal candidata da oposição para as eleições deste ano.

A mudança pode ser consequência de uma queda no apoio ao governo de Maduro, disseram fontes e analistas. A empresa local de pesquisas Delphos estima que 25% da população se considera apoiadora do partido governista - um ano antes, o apoio era de 30%.

Maduro estaria apostando na "intimidação" de ativistas e opositores para tentar repetir o cenário da eleição presidencial de 2018, quando os principais partidos de oposição foram deixados de fora da disputa e o voto anti-Maduro ficou dividido, disseram fontes próximas ao partido governista.

"Se houver eleições, ele perderia", disse uma das fontes, referindo-se a uma votação livre e justa. O Ministério da Comunicação e Informação não respondeu a um pedido de comentário.

Maduro fez uma grande troca de prisioneiros com os EUA e assinou um acordo eleitoral com a oposição. Washington, em resposta, aliviou as sanções sobre os setores de petróleo, gás e ouro, e suspendeu a proibição de negociar títulos venezuelanos.

No entanto, os EUA impuseram novamente a sanção à mineradora estatal e advertiram que o alívio para o setor petrolífero não seria estendido em abril, a menos que a principal candidata da oposição, María Corina Machado, e outros tenham permissão para concorrer nas eleições.

Até o momento, o governo descartou a participação de Machado, citando uma decisão judicial.

"A negociação rendeu frutos com o levantamento das sanções por um período de tempo. Mas as tensões internas dentro do partido governista, porque alguns estão mais próximos da Rússia e outros dos Estados Unidos, estão fazendo com que as pontes sejam dinamitadas", disse Ricardo Ríos, analista da consultoria Poder y Estrategia, citando sua pesquisa.

Alguns membros do círculo de Maduro preferem um relacionamento mais "pragmático" com os EUA, acrescentou. A queda de popularidade de Maduro pode ter impulsionado a posição de outros, como o parlamentar Diosdado Cabello, de manter aliados tradicionais como a Rússia ou a China.

O Ministério das Comunicações também não respondeu a um pedido de comentário sobre a existência de diferenças dentro do partido governista. Há muito tempo, autoridades do governo negam a existência de tais divisões.

O declínio do apoio da classe trabalhadora ao presidente foi afetado pela desaceleração da economia e pela deterioração de serviços como eletricidade e água. Milhões de pessoas migraram desde 2015.

Embora a flexibilização das sanções tenha aumentado brevemente as receitas do governo, a infraestrutura petrolífera foi seriamente danificada desde os anos de expansão da Venezuela e a produção caiu 70%.

© Reuters. Presidente da Venezuela Nicolás Maduro em Caracas
 20/2/2024    REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria

Maduro e seu governo há muito tempo culpam as sanções dos EUA pelos problemas fiscais da Venezuela, chamando as medidas de "guerra econômica".

Os planos de investimento social prometidos para o ano eleitoral, incluindo melhorias no atendimento à saúde da mulher, pouco contribuíram para aumentar a popularidade de Maduro.

"O governo entendeu que sua base social está quebrada. Eles não têm um projeto que empolgue os setores populares. Eles não têm a bonança do petróleo para mobilizar através do clientelismo", disse Enderson Sequera, cientista político e diretor da empresa de consultoria Espolitiks. "Então, o que resta? A repressão."

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.