Por Richard Cowan e Susan Cornwell
WASHINGTON (Reuters) - Um esforço de sete anos dos republicanos dos Estados Unidos para desmantelar o programa de saúde instaurado pelo ex-presidente Barack Obama e acabar com as taxas que impunha aos ricos chegou a uma fase decisiva nesta quinta-feira, quando líderes do partido no Senado apresentaram um projeto de lei que pretendem levar a votação, possivelmente já na semana que vem.
Como os democratas se opõem fortemente às tentativas republicanas de reformar o sistema de saúde conhecido como Obamacare, o caminho da aprovação será extremamente acidentado para os correligionários do presidente Donald Trump, sem nenhuma garantia de que moderados e conservadores irão conseguir superar as diferenças.
O esboço do projeto de lei propõe revogar um imposto de renda de 3,8 por cento sobre o investimento líquido de contribuintes mais ricos retroativamente ao início de 2017, e não em algum momento no futuro, como alguns analistas vinham especulando. O imposto, que afeta cidadãos de renda alta e foi imposto para ajudar a financiar o Obamacare, é um alvo preferencial dos republicanos.
A legislação também limita a ajuda ampliada do Medicaid, o plano de saúde para os pobres constante do Obamacare, e reformula os subsídios a pessoas de baixa renda para seguros de saúde privados.
O líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, e seus assessores trabalharam no esboço em segredo durante semanas, e ele disse que o debate a respeito do texto irá começar na semana que vem.
Os republicanos que controlam a Câmara dos Deputados aprovaram uma versão mais conservadora no mês passado.
As ações dos hospitais atingiram cotações bem mais altas depois da apresentação do esboço do projeto de lei, ampliando os ganhos do início do pregão.
Os papeis do HCA Healthcare subiram 3,3 por cento, e os do Tenet Healthcare (NYSE:THC) tiveram ganhos de 7,4 por cento.
Os planos de saúde também viram suas ações subirem – Aetna e UnitedHealth Group tiveram alta de mais de 1,5 por cento. Os planos especializados em Medicaid também ganharam: as ações da Centene subiram 2,2 por cento e as da Molina Healthcare ganharam 2,4 por cento.
O índice geral do setor de saúde da S&P 500 teve um aumento de 1,3 por cento, seu recorde histórico.
Algumas das provisões do projeto de lei do Senado podem ser minas terrestres políticas, já que as reações individuais dos senadores serão cruciais para determinar se a Lei de Saúde Acessível, conhecida popularmente como Obamacare, irá sobreviver a um ataque republicano em ação desde sua aprovação em 2010.
(Reportagem adicional de Caroline Humer)