Por Gavin Jones e Crispian Balmer
ROMA (Reuters) - O lance de Matteo Salvini, líder do partido de direita italiano Liga, por eleições enfrentava obstáculos na segunda-feira, já que líderes partidários do Parlamento não conseguiram decidir quando o Senado deveria debater sua moção de desconfiança do governo.
Profundamente divididos, os líderes determinaram que o Senado interrompa o recesso de verão na terça-feira para decidir por si mesmo quando realizar a votação, que parece destinada a desencadear a queda do primeiro-ministro, Giuseppe Conte.
Salvini, hoje ministro do Interior em uma coalizão de um ano com o anti-establishment Movimento 5-Estrelas, quer capitalizar sua popularidade crescente nas pesquisas de opinião e realizar uma nova eleição que pode coroá-lo como premiê.
Mas o 5-Estrelas e muitos parlamentares do Partido Democrático (PD) opositor de centro-esquerda estão furiosos com a manobra de Salvini e querem frear sua investida rumo às urnas, dizendo que isso minará projetos de lei essenciais e prejudicará as finanças frágeis da Itália.
"Vocês verão que os italianos farão a Liga pagar pela facada nas costas que deu na Itália", disse o líder do 5-Estrelas, Luigi Di Maio, no Facebook (NASDAQ:FB).
Di Maio dissipou os rumores de que pode se aliar ao ex-premiê Matteo Renzi, do PD, para formar uma coalizão alternativa --mas tanto o 5-Estrelas quanto o PD tentam ganhar tempo e disseram que Conte deveria falar ao Parlamento a respeito da crise no dia 20 de agosto, e não em 15 de agosto, como a Liga tem demandado.
O Senado estabelecerá o calendário para a inédita crise política de verão em uma sessão agendada para as 18h (horário local) de terça-feira.