Garanta 40% de desconto
💰 Tenha ideias profissionais de carteiras de investidores superbilionários no InvestingProCopiar carteira

Tribunal francês inocenta Air France e Airbus por acidente em voo Rio-Paris

Publicado 17.04.2023, 10:11
© Reuters. Logp da Air France no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris
01/07/2022 REUTERS/Sarah Meyssonnier

Por Tim Hepher e Juliette Jabkhiro

PARIS (Reuters) - Um tribunal francês inocentou nesta segunda-feira a fabricante europeia de aviões Airbus (EPA:AIR) e a Air France da acusação de "homicídio involuntário", despertando a ira das famílias de algumas das 228 vítimas da queda de um avião em meio à tempestade no Atlântico, há quase 14 anos.

A decisão segue um julgamento público histórico sobre a queda, em plena escuridão, do voo AF447, quando fazia a rota do Rio de Janeiro para Paris, em 1º de junho de 2009, e encerra uma batalha das famílias para estabelecer responsabilidade criminal sobre o pior desastre aéreo da França.

Ao anunciar o veredito, a juíza Sylvie Daunis, de Paris, listou quatro atos de negligência da Airbus e um da Air France, mas disse a um tribunal lotado que eles não são suficientes, sob a lei penal francesa, para estabelecer um vínculo definitivo com a queda do A330.

"Um provável nexo causal não é suficiente para caracterizar um delito", disse a juíza em sua declaração de 30 minutos, que marcou o fim do primeiro julgamento por homicídio involuntário corporativo na França.

Ela disse que ambas as empresas ainda são responsáveis civilmente pelo reparo dos danos causados pelo acidente e agendou uma nova audiência para 4 de setembro para tratar de algumas reivindicações pendentes.

As famílias receberam a sentença quase que em silêncio total após um julgamento às vezes tempestuoso, realizado no final do ano passado, que durou nove semanas.

"Nossos entes queridos morreram pela segunda vez. Eu me sinto mal", disse Claire Durousseau, que perdeu a sobrinha no acidente.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Segundo a liderança da principal associação de famílias, eles estavam "arrasados e sobrecarregados" com a sentença, que seguiu um caminho jurídico "caótico" que se estendeu por mais de uma década.

"O perdedor, em primeiro lugar, é a Justiça francesa", disse Danièle Lamy, presidente da associação de parentes das vítimas do AF447, a jornalistas no tribunal de Paris.

No Brasil, Nelson Marinho, da associação de parentes das vítimas do voo 447, informou que vai recorrer da decisão. "É um desrespeito com os parentes das vítimas que choram até hoje a perda de seus entes", disse ele à Reuters.

Nelson perdeu seu filho de 40 anos que atuava no setor de petróleo e gás e tinha como destino final Angola, com escala em Paris.

Ele já entrou em acordo financeiro com a empresa para receber a indenização, mas disse que "nada pagará" a perda do filho. "Até hoje muita gente não fez acordo e não se recuperou", acrescentou.

Ambas as empresas se declararam inocentes das acusações, para as quais a multa máxima é de 225.000 euros. Fontes dizem que também houve alguns acordos por valores não revelados.

Em declarações separadas após o veredito, ambas as empresas expressaram condolências aos parentes e disseram que continuam totalmente comprometidas com a segurança da aviação.

REIVINDICAÇÕES CIVIS

O desastre do AF447 está entre os mais debatidos na aviação e levou a uma série de mudanças técnicas e de treinamento.

Depois de uma busca de dois anos pelas caixas-pretas do A330 usando submarinos remotos, os investigadores civis franceses descobriram que os pilotos responderam de modo desastroso a um problema envolvendo sensores de velocidade congelados e caíram em queda livre sem responder aos alertas de perda de sustentação.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Mas o julgamento também destacou discussões anteriores entre a Air France e a Airbus sobre problemas crescentes com "tubos de Pitot" externos que geram as leituras de velocidade.

(Reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier)

Últimos comentários

Os pilotos claramente tiveram treinamento falho. Identificar uma situação de perda de sustentação e agir corretamente é primordial, independente do motivo que gerou o estol.
A culpa foi sem dúvida dos passageiros que não sentaram corretamente na aeronave. De que país é Airfrance? E o tribunal é de que país? A aeronave foi fabricada em que continente? A culpa é do Polo Norte que enviou muito gelo e congelou o Pitot!
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.