Dólar se reaproxima dos R$5,60 impulsionado pelo exterior após acordo entre EUA e UE
Por Andrea Shalal e Andrew MacAskill
EDIMBURGO/LONDRES (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atormentado por perguntas sobre seus laços com o financista e criminoso sexual Jeffrey Epstein, segue para a Escócia na sexta-feira para uma viagem que misturará golfe e política, em sua maior parte fora da vista do público.
Trump planeja visitar seu resort de golfe em Turnberry, na costa leste da Escócia, onde se reunirá com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer na segunda-feira, antes de ir para sua extensa propriedade de golfe a 320 km de distância, perto de Aberdeen, no oeste.
Como parte da visita, ele abrirá um segundo campo de 18 buracos na propriedade de Aberdeen, batizado em homenagem à sua mãe, Mary Anne MacLeod, que nasceu e cresceu em uma ilha escocesa antes de emigrar para os Estados Unidos.
A secretária de imprensa da Casa Branca Karoline Leavitt disse esta semana que a viagem foi planejada como uma "visita de trabalho que incluirá uma reunião bilateral com o primeiro-ministro Starmer para aperfeiçoar o histórico acordo comercial entre os EUA e o Reino Unido".
A viagem ao exterior ocorre no momento em que Trump enfrenta a maior crise política interna de seu segundo mandato. Tanto aliados quanto oponentes criticaram a maneira como seu governo lidou com os arquivos de investigação relacionados às acusações criminais de Epstein e às circunstâncias de sua morte na prisão em 2019.
A questão causou uma rara ruptura com alguns dos apoiadores mais leais de Trump, do Maga (Make America Great Again), e a maioria dos norte-americanos e dos republicanos diz acreditar que o governo está escondendo detalhes sobre o caso, de acordo com pesquisa Reuters/Ipsos.
Autoridades da Casa Branca, frustradas com o foco contínuo na saga de Epstein, esperam que a controvérsia diminua enquanto Trump estiver no exterior, disse uma pessoa familiarizada com o assunto.
LAÇOS MAIS PROFUNDOS
A viagem, inicialmente anunciada como uma visita privada, dá a Trump e Starmer a chance de aprofundar seu relacionamento já caloroso, com questões-chave na agenda que incluem o fim da guerra da Rússia na Ucrânia, disseram fontes britânicas e norte-americanas.
Autoridades britânicas ficaram animadas com o que consideram uma clara mudança na retórica de Trump sobre a Ucrânia e a Rússia nas últimas semanas, afirmou uma fonte britânica.
É provável que a deterioração da situação em Gaza também venha à tona. Starmer disse na quinta-feira que faria uma chamada de emergência com a França e a Alemanha sobre o que ele chamou de sofrimento "indescritível e indefensável" e a fome que está sendo relatada lá, e pediu a Israel que permita a entrada de ajuda no enclave palestino.
As autoridades de saúde de Gaza afirmam que mais de 100 pessoas morreram de fome, a maioria delas nas últimas semanas. Grupos de direitos humanos disseram que a fome em massa está se espalhando enquanto toneladas de alimentos e outros suprimentos permanecem intocados nos arredores do território.
Desde que foi eleito no ano passado, Starmer priorizou boas relações com Trump, enfatizando a importância da aliança de defesa e segurança do Reino Unido com os EUA e tomando cuidado para evitar criticar abertamente as políticas tarifárias de Trump.
Essa abordagem ajudou o Reino Unido a fechar o primeiro acordo de redução de tarifas com os EUA em maio, o qual reafirmou as cotas e as taxas tarifárias sobre os automóveis britânicos e eliminou as tarifas sobre o setor aeroespacial do Reino Unido, mas manteve as tarifas sobre o aço.
(Reportagem de Andrea Shalal em Edimburgo e Andrew MacAskill em Londres)