UE revisará acordo com Israel por preocupações com Gaza, diz Kallas

Publicado 20.05.2025, 19:37
Atualizado 20.05.2025, 19:40
© Reuters. Alta representante da UE para as Relações Exteriores e a Política de Segurança e vice-presidente da Comissão Europeia, Kaja Kallasn24/05/2025nREUTERS/Vladislav Culiomza

BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia revisará um pacto que rege seus laços políticos e econômicos com Israel devido à situação "catastrófica" em Gaza, disse a principal diplomata da UE, Kaja Kallas, nesta terça-feira, após uma reunião dos ministros das Relações Exteriores do bloco.

A pressão internacional sobre Israel aumentou nos últimos dias em meio a reclamações sobre a falta de ajuda humanitária que chega a Gaza enquanto o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, lançava uma nova ofensiva militar no enclave.

Kallas disse que uma "forte maioria" dos ministros reunidos em Bruxelas é favorável a essa revisão do acordo com Israel, conhecido como acordo de associação, à luz dos acontecimentos em Gaza.

Diplomatas disseram que 17 dos 27 membros da UE apoiaram a revisão, que se concentrará no cumprimento por Israel de uma cláusula de direitos humanos no acordo, e foi proposta pelo ministro das Relações Exteriores da Holanda, Caspar Veldkamp.

"A situação em Gaza é catastrófica. A ajuda permitida por Israel é bem-vinda, é claro, mas é uma gota no oceano. A ajuda deve fluir imediatamente, sem obstrução e em escala, porque é isso que é necessário", disse Kallas aos repórteres.

Não houve nenhum comentário imediato de Israel sobre a decisão da UE. Autoridades israelenses disseram que suas operações em Gaza são necessárias para destruir o Hamas, o grupo palestino responsável pelos ataques a Israel em 7 de outubro de 2023.

De acordo com o pacto, que entrou em vigor em 2000, a UE e Israel concordaram que seu relacionamento "deve ser baseado no respeito aos direitos humanos e aos princípios democráticos, que orientam suas políticas internas e internacionais".

Em uma carta propondo uma revisão, Veldkamp levantou preocupações sobre as políticas israelenses que "exacerbam uma situação humanitária já terrível".

Ela também citou "declarações de membros do gabinete israelense sobre uma presença permanente que alude a uma reocupação de (partes da) Faixa de Gaza, Síria e Líbano" e um "agravamento da situação na Cisjordânia".

Nesta terça-feira, o ministro holandês Veldkamp chamou a revisão de "um sinal muito importante e poderoso", ecoando os sentimentos de autoridades da França e da Irlanda.

Mas outros não apoiaram a revisão. O ministro das Relações Exteriores da República Tcheca, Jan Lipavsky, sugeriu que o bloco poderia realizar uma reunião com Israel no âmbito do acordo de associação para levantar preocupações.

Kallas disse que as sanções da UE contra os violentos colonos israelenses foram preparadas, mas até agora foram bloqueadas por um Estado membro. Os diplomatas disseram que esse país é a Hungria.

(Reportagem de Benoit Van Overstraeten, Andrew Gray, Lili Bayer (ETR:BAYGN), Bart Meijer, Padraic Halpin e John Irish)

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