Venezuela luta com produção de gás apesar de vastas reservas

Publicado 24.07.2024, 19:10

Na Venezuela, cidadãos como Griselda Ascanio, de Maracay, de 44 anos, recorreram ao uso de fogões a lenha improvisados devido às frequentes interrupções no fornecimento de gás, destacando a luta do país com a produção de gás natural. Apesar de possuir a oitava maior reserva de gás natural do mundo e a maior da América Latina, a produção da Venezuela caiu drasticamente para 4 bilhões de pés cúbicos por dia este ano, de quase 8 bilhões em 2016, conforme relatado pela Gas Energy Latin America.

O declínio na produção de gás tornou-se uma questão urgente à medida que a Venezuela se aproxima de sua eleição presidencial em 28 de julho. O próximo presidente enfrentará o desafio de atrair investimentos para a indústria de gás do país membro da OPEP. O governo do presidente Nicolás Maduro tem buscado ativamente empresas estrangeiras para assumir projetos de gás desde o ano passado. No entanto, obstáculos como dívidas não pagas, sanções dos EUA e a necessidade de investimentos substanciais impediram o progresso.

A oposição, representada por Edmundo González, propôs uma mudança radical para expandir o papel do setor privado e reestruturar a dívida de US$ 150 bilhões do país. De acordo com Antero Alvarado, sócio-gerente da Gas Energy Latin America, há interesse em projetos de midstream de pequena escala, como gasodutos e sistemas de distribuição, mas a produção de gás em larga escala na Venezuela continua improvável nas condições atuais.

A escassez de gás levou à dependência do propano subsidiado, controlado por grupos apoiados pelo governo, que está entre os combustíveis mais caros produzidos pela estatal PDVSA. Às vezes, a PDVSA teve que importar esse gás para atender às necessidades domésticas. Os problemas de gás do país também afetaram sua capacidade de gerar energia e operar usinas e fábricas petroquímicas.

Os quase 200 trilhões de pés cúbicos de reservas comprovadas de gás da Venezuela estão praticamente inexplorados devido a fatores como falta de infraestrutura e investimento. A Administração de Informação de Energia dos EUA informou em fevereiro que a produção de gás natural do país foi limitada, com uma quantidade significativa de gás sendo queimada na atmosfera durante a produção de petróleo, tornando a Venezuela um dos maiores queimadores de gás natural do mundo.

Conversas com empresas europeias como Repsol (OTC:REPYY), Eni e Shell (LON:NYSE:SHEL) sobre projetos de recaptura de gás queimado não produziram resultados concretos. No mar, grandes projetos de exploração de gás, como o Mariscal Sucre, de 12 trilhões de pés cúbicos, estão em grande parte paralisados, embora as negociações para o desenvolvimento conjunto com a Shell e a NGC de Trinidad e Tobago estejam em andamento para um de seus campos, com produção potencial esperada para o final do próximo ano.

O governo da Venezuela, buscando atrair investimentos estrangeiros, iniciou discussões internas para oferecer o campo do Rio Caribe para investimentos estrangeiros. Além disso, uma licença de gás envolvendo a BP (NYSE:BP) para um campo que se estende até as águas de Trinidad deve ser assinada logo após a autorização dos EUA.

O ministro do Petróleo, Pedro Tellechea, expressou abertura às empresas estrangeiras que participam de projetos de energia venezuelanos em junho. No entanto, é improvável que os produtores de gás no país aumentem a produção sem que a PDVSA resolva as dívidas pendentes.

A estratégia da oposição, se implementada, marcaria uma mudança significativa de duas décadas de nacionalização, potencialmente abrindo o setor de energia ao investimento estrangeiro e à privatização, o que poderia incentivar a produção doméstica de gás e se concentrar nas exportações, inclusive por meio de gás natural liquefeito (GNL).

A Reuters contribuiu para este artigo.

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