Nos últimos 12 meses, o preço do ouro subiu 41%, atingindo o recorde histórico de US$ 3.500 por onça troy em abril. Assim como o Bitcoin, uma commodity digital, o ouro foi beneficiado pela contínua perda de valor das moedas fiduciárias diante da inflação. O gasto público descontrolado parece ter se tornado uma constante estrutural, sustentando a inflação como tema recorrente nos próximos anos.
Além disso, o aumento das tensões geopolíticas levou os bancos centrais a reforçar suas reservas em ouro. Apenas o Banco Popular da China (PBoC) elevou suas reservas por sete meses consecutivos, alcançando 73,83 milhões de onças troy finas (equivalente a aproximadamente US$ 242 bilhões) ao final de maio.
Enquanto isso, o Federal Reserve permanece como o maior detentor de ouro do mundo, com cerca de 8.133 toneladas. Em linha com a relação de dependência em relação aos Estados Unidos, Alemanha e Itália confiaram ao Fed de Nova York a custódia de aproximadamente US$ 245 bilhões em ouro. Juntas, essas duas economias ocupam a segunda e terceira posições no ranking global de reservas, com cerca de 5.804 toneladas. No momento da publicação, o ouro acumulava queda mensal de quase 1%, cotado a US$ 3.354 por onça troy. A esse patamar, surge a pergunta: será essa uma oportunidade para se posicionar visando novas máximas históricas projetadas para 2026?
1. Newmont Corporation
No primeiro trimestre de 2025, encerrado em março, a mineradora de ouro sediada no Colorado registrou fluxo de caixa livre (FCF) recorde de US$ 1,2 bilhão, revertendo o resultado negativo de US$ 74 milhões no mesmo período do ano anterior. Dado o caráter cíclico da mineração de ouro e os altos investimentos exigidos, o FCF é um dos indicadores mais relevantes para o setor.
Com dívida total de US$ 7,8 bilhões, a Newmont (BVMF:N1EM34) (NYSE:NEM) encerrou o trimestre com US$ 4,7 bilhões em caixa, bem acima da meta corporativa de US$ 3 bilhões. A companhia também recomprou US$ 755 milhões em ações como parte de um programa de recompra de US$ 3 bilhões. Atualmente, paga dividendos trimestrais de US$ 0,25 por ação.
Em linha com a estratégia de foco em ativos principais, a Newmont concluiu, desde o início de 2024, a venda de até US$ 3,8 bilhões em operações não essenciais, como Musselwhite, Éléonore, Akyem e Porcupine, localizadas na Austrália, Canadá, Gana e EUA.
No acumulado do ano, os papéis da NEM sobem 57%, negociados a US$ 58,53. Segundo dados do Wall Street Journal, o preço-alvo médio projetado é de US$ 66,04, enquanto o piso estimado de US$ 56 está próximo do nível atual. Quinze analistas recomendam compra, oito sugerem manutenção e nenhum indica venda no momento.
2. Agnico Eagle Mines Ltd.
Outra ação do setor que opera próxima ao piso estimado é a Agnico Eagle Mines (NYSE:AEM), atualmente cotada a US$ 117,57, pouco acima do mínimo projetado de US$ 116. O preço-alvo médio está em US$ 141,77, com projeção máxima chegando a US$ 173. Apenas um analista recomenda venda, enquanto 15 indicam compra neste patamar.
Com sede em Toronto, a Agnico opera 11 minas, sendo a maioria no Canadá, além de unidades na Finlândia, Austrália e México. Ao final do primeiro trimestre de 2025, a companhia apresentava dívida de apenas US$ 90 milhões frente a um passivo total de longo prazo de US$ 1 bilhão. Ainda conta com US$ 2 bilhões em crédito disponível e US$ 1,1 bilhão em caixa.
Agnico gerou US$ 594 milhões em fluxo de caixa livre no primeiro trimestre, ante US$ 396 milhões no mesmo período de 2024. Parte significativa desse valor é destinada à recompra de ações. A empresa também distribui dividendos trimestrais de US$ 0,40 por ação.
Para o ano de 2025, a projeção é de produção de 1.030 mil onças (koz) de ouro, com custo total de US$ 987 por onça. Com a expansão da mina subterrânea Canadian Odyssey, que deverá produzir cerca de 550 koz por ano, a companhia prevê atingir a marca de 1 milhão de onças anuais.
No acumulado do ano, os papéis da AEM sobem quase 50%. A média dos analistas aponta para um preço-alvo de US$ 141,77, com potencial de valorização até US$ 173 por ação.
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