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3 Aspectos Para Monitorar nos Resultados dos Grandes Bancos Brasileiros

Publicado 03.05.2021, 10:56
Atualizado 09.07.2023, 07:32
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Semana forte para os grandes bancos. 3 aspectos para monitorar nos resultados de Itaú (SA:ITUB4), Bradesco (SA:BBDC4) e Banco do Brasil (SA:BBAS3)

A temporada de resultados iniciou e o setor de bancos estreou com Santander (SA:SANB11). O banco trouxe bons números, com crescimento do lucro marginalmente acima das expectativas, inadimplência controlada e aumento da carteira de crédito. Vale destacar que ao longo do ano passado, Santander foi o banco menos conservador nas provisões para créditos de liquidação duvidosa. Os próximos trimestres podem mostrar se a estratégia foi acertada ou o risco da crise não foi bem mensurado.

Nessa semana teremos os números de Itaú, na segunda (03/05) após o fechamento do mercado. Bradesco apresentará seus resultados na terça (04/05) também após o fechamento. E por fim teremos Banco do Brasil, na quinta-feira após o encerramento do mercado. Com isso, teremos os dados dos 4 grandes bancos tradicionais e uma visão mais clara sobre o desenvolvimento do setor.

Em épocas de fortes desempenhos das ações de bancos digitais, fintechs e outras coisas nem tão techs assim (mas que estão surfando a onda), acompanhar o resultado da velha guarda pode nos revelar oportunidades interessantes. Com o Ibovespa retomando patamares recordes, mesmo com o mundo em meio à pandemia, a seletividade e a procura por ativos descontados se faz ainda mais importante.

Na minha opinião, a diferença de preços entre os bancos tradicionais e aqueles mais novos e digitais, está exagerada. Entendo e concordo que a segunda turma traz mais crescimento, estão ganhando mercado, são mais ágeis e inovadores, isso é inegável. No entanto, me parece que a diferença entre os P/L`s subestima demais a capacidade e potencial da primeira turma.

Confesso que já acho isso há uns dois anos e, portanto, tenho errado nesse aspecto com uma certa consistência. Meu consolo é que BTG Pactual (SA:BPAC11) já me fez muito feliz. Outro aspecto que me deixa menos desconfortável com o engano é que pareço não estar sozinho nessa avaliação. Não é o correto, mas errar em bando traz um certo alívio.

Feita a confissão, seguem 3 pontos que devemos prestar muita atenção nos resultados que estão por vir:

1. Crescimento da carteira de crédito

Estamos em um momento de crise. Por mais que o Ibovespa próximo dos 120 mil pontos faça parecer que o PIB do ano passado não retraiu, que o desemprego não está acima de 14%, que a inflação está controlada, ainda passamos por um momento desafiador na economia.

A perspectiva é de melhora, com o avanço da vacinação e a expectativa de crescimento da economia para o ano, mas os desafios são óbvios. É claro que o Ibovespa não é toda a bolsa (falo sobre isso no meu artigo anterior) e muito menos representa a economia brasileira, mas não deixa de ser uma referência a ser monitorada.

Dito isso, e voltando à carteira de crédito dos bancos, o desempenho dessa linha é um grande indicador de resultados futuros. Por mais que outras linhas sejam muito importantes, o crédito ainda é responsável pela maior dos resultados dessas instituições.

O crescimento dessa linha é um forte indicador do que poderemos ver no resto do ano. Além disso, acompanharmos de quais segmentos vêm a expansão, pode nos ajudar muito a antecipar e monitorar a qualidade dessa carteira. Na pessoa jurídica, grandes empresas tendem a apresentar menos risco do que as menores. Na pessoa física, crédito imobiliário e consignado são linhas menos arriscadas.

2. Comportamento da inadimplência

Olhar a inadimplência pode parecer bastante óbvio, mas não é. Se olharmos o comportamento desses índices ao longo do ano passado, veremos que não houveram alterações expressivas.

A observação simples desses indicadores nos mostra que não houve alteração no quanto as empresas ou pessoas deixaram de pagar seus empréstimos. Novamente, pensando em um período de crise, isso não parece fazer sentido. O dado está correto na medida em que os bancos renegociaram ou prorrogaram a cobrança de dívidas. Logo, dívida renegociada ou não cobrada não está atrasada.

As cobranças estão sendo retomadas, então o movimento desses indicadores, tanto abaixo de 90 dias como acima, pode ser um bom indicativo da qualidade real da carteira de crédito.

3. Provisões para créditos de liquidação duvidosa

Comentei antes que o Santander não foi tão conservador nas suas provisões para perdas ao longo do ano passado, o que acabou ajudando na sua lucratividade. O oposto ocorreu com Itaú, Bradesco e Banco do Brasil.

As 3 instituições foram bastante conservadoras nesse aspecto, o que afetou, e muito, suas lucratividades ao longo de 2020. Particularmente, achei importante essa precaução. Não sabíamos o que estávamos enfrentando, praticamente todo mundo errou a extensão da crise e prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, como dizem as nossas avós.

Agora está chegando a hora da verdade. Se o impacto da pandemia foi subestimado, veremos novos aumentos nas provisões para perda. Esse não me parece o cenário. Já se o efeito foi superestimado, poderemos ver algumas reversões, que se refletirão naturalmente nos lucros. Santander fez esse movimento. Agora é monitorar os demais.

Uma dica extra:

As fintechs têm se destacado pelo crescimento da base de clientes e melhora de serviços com o objetivo de transformar esses números em receitas. Nesse aspecto, se destacam o oferecimento de investimentos mais atrativos e de recompensas ligadas ao consumo.

Acompanhar o que os bancos tradicionais estão fazendo nesse aspecto, pode nos mostrar se eles continuarão ficando para trás na corrida ou resolveram parar de subestimar a nova turma. Um abraço e até o próximo.

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