- Desde o início do ano, os preços do cobre nos mercados globais vêm registrando uma rápida valorização.
- Os investidores aguardam a imposição de tarifas sobre o metal, como parte de uma política comercial mais ampla.
- A escassez estrutural na oferta sustenta a possibilidade de uma tendência de alta no longo prazo.
Os preços do cobre nas bolsas dos EUA já subiram mais de 14% desde o início do ano, e essa trajetória ascendente parece ter espaço para continuar, o que pode adicionar mais pressões inflacionárias à economia.
Esse movimento tem sido impulsionado, em grande parte, pela expectativa de novas tarifas, com um imposto mínimo de 10% sobre as importações americanas de cobre, após a imposição de uma tarifa adicional de 25% sobre o aço e o alumínio.
Enquanto isso, a China segue desempenhando um papel central no mercado global de cobre, com a atividade econômica do país projetando uma recuperação após o feriado do Ano-Novo Lunar. Esse fator pode aumentar o interesse de curto prazo por compras no mercado, com os preços mirando os picos de setembro, possivelmente se aproximando da marca de US$ 5 por libra-peso, nível não visto desde maio do ano passado.
Desafios na oferta podem sustentar preços elevados
A transição energética global e o crescimento dos mercados chineses, que demandam grandes volumes de commodities, impulsionaram significativamente o consumo de cobre nas últimas décadas.
Segundo a maioria das projeções, essa tendência deve continuar nos próximos anos. Relatórios da China indicam que as reservas de cobre do país podem crescer entre 5% e 10% até 2027, refletindo a importância estratégica do metal.
A sustentação desse crescimento dependerá, em parte, da capacidade da China de manter uma taxa de crescimento anual de pelo menos 5%, o que pode ser apoiado por programas de estímulo do governo.
Já no lado da oferta, o Chile, maior produtor global de cobre, pode enfrentar um déficit de 118 mil toneladas este ano, apesar da expectativa de crescimento de 4,6% na produção, conforme a Cochilco, comissão estatal chilena para o setor de cobre. Com uma participação superior a 25% no mercado global, qualquer problema que afete o fornecimento chileno será acompanhado de perto pelos investidores.
Nos próximos anos, o mercado de cobre deve lidar com diversos desafios estruturais. Entre eles, o endurecimento das regulamentações ambientais e a complexidade crescente das operações de mineração. Além disso, a abertura de novas minas ocorre em um ritmo relativamente lento, um processo que, por natureza, pode levar vários anos.
No curto e médio prazo, o mercado já precifica a possibilidade de tarifas sobre as importações americanas de cobre, mencionadas por Donald Trump na semana passada. No entanto, até o momento, nenhuma medida concreta foi adotada. Se essas tarifas forem implementadas, os preços podem voltar a testar a região dos US$ 5 por libra-peso.
Análise técnica: cobre se aproxima de resistência-chave
O cobre passou por uma forte valorização recentemente, mas o movimento perdeu força ao se aproximar de uma resistência importante, marcada pelos topos de setembro.
Apesar dessa pausa, o viés principal segue altista. Caso os preços rompam o patamar de US$ 4,78 por libra-peso, o alvo de US$ 5 se torna um cenário provável, abrindo caminho para uma possível tentativa de alcançar máximas históricas.
O suporte mais próximo está na região dos US$ 4,50, reforçado por uma linha de tendência de alta que passa logo abaixo desse nível.
Um rompimento abaixo dessa faixa poderia sinalizar uma mudança mais ampla na tendência do cobre.
***AVISO: este artigo é meramente informativo e não constitui qualquer oferta ou recomendação de investimento.
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