- Resultados do 1T22 serão divulgados na terça-feira, 3 de maio, após o fechamento do mercado;
- Expectativa de receita: US$5,01 bilhões;
- Expectativa de lucro por ação: $0.91
Quando a Advanced Micro Devices (NASDAQ:AMD) divulgar seus últimos resultados trimestrais na terça-feira, após o fechamento, tudo indica que a fabricante de chips mais uma vez apresentará números robustos de demanda por seus produtos usados em data centers, celulares e consoles de videogames. Sediada em Santa Clara , Califórnia, a AMD informou em fevereiro que suas vendas no primeiro trimestre seriam melhores do que as estimativas de Wall Street naquele momento.
De fato, depois de uma expansão de dois dígitos elevados nos dois últimos anos, a AMD está atingindo um nível de lucratividade praticamente idêntico ao da sua arquirrival Intel (NASDAQ:INTC) (SA:ITLC34), algo inconcebível até pouco tempo atrás.
Mas, apesar de registrar números espetaculares de crescimento trimestral por diversos trimestres seguidos, os investidores passaram a vender as ações da AMD neste ano. Os papéis da empresa fecharam a sexta-feira a US$ 85,52, uma queda de 40% neste ano e um dos piores desempenhos do setor.
Essa divergência entre o crescimento e o desempenho da ação mostra que os investidores não veem um cenário favorável para a indústria no futuro próximo, em razão do rápido aumento das taxas de juros e das pressões inflacionárias, que claramente não são transitórias.
A indústria de chips pertence àqueles setores da economia que são considerados altamente cíclicos. Historicamente, o segmento acaba tendo de lidar com um alto nível de estoques quando a economia global entra em recessão.
O Índice de Semicondutores da Filadélfia (SOX), desvalorizou-se cerca de 25% neste ano, após acelerar pelo menos 40% em cada um dos últimos três anos. O declínio o fez perder mais de US$ 750 bilhões em valor de mercado.
Ameaça de recessão
Essa queda ocorre no momento em que vários economistas acreditam que será difícil para o Federal Reserve evitar uma recessão, caso decida elevar os juros de forma muito agressiva. De acordo com o Goldman Sachs (NYSE:GS), o banco central americano enfrentará uma difícil tarefa de apertar a política monetária o suficiente para arrefecer a inflação, sem provocar uma recessão nos EUA, com chances de uma contração de cerca de 35% nos próximos dois anos.
No entanto, a rápida expansão da participação de mercado da AMD e seu histórico de superar as expectativas fez com que alguns analistas recomendassem aos seus clientes que aproveitassem essa fraqueza da empresa. Dos 40 analistas pesquisados pelo Investing.com, 24 recomendam compra, enquanto 15 têm classificação neutra.
Fonte: Investing.com
Seu preço-alvo consensual para 12 meses, de cerca de US$145,51, implica um potencial de alta de 70%.
Raymond James, em nota emitida na semana passada, elevou a classificação da AMD para forte compra, aumentando seu preço-alvo para US$160:
“Estamos mais preocupados com os riscos cíclicos, devido ao potencial de desaceleração da demanda do consumidor e dos níveis elevados de estoques dos clientes, o que nos faz favorecer empresas com fortes vetores seculares, exposição cíclica mais tênue e valuations atraentes, e isso nos traz a convicção de que a AMD está bem posicionada”.
A nota disse ainda que a AMD continuará sendo forte concorrente da Intel, que está enfrentando dificuldades para aumentar sua produção:
“Como o plano de ação da INTC não mostra paridade com o da AMD até pelo menos o fim de 2024, acreditamos ser praticamente inevitável que as ações da AMD registrem ganhos com a demanda de data centers, na medida em que a restrição de oferta está levando os clientes a firmar compromissos com a AMD para garantir seu abastecimento”.
Conclusão
O recuo das ações da AMD pode ser considerado como uma oportunidade de compra para investidores de longo prazo, na medida em que a companhia continua registrando resultados robustos, o que é uma sólida razão para continuar otimista com suas perspectivas de crescimento no futuro próximo.
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