Em junho, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, subiu 2,88%, fechando a R$ 40,49/sc de 50 kg na sexta-feira, 30. Apesar da valorização da saca nos dois últimos meses, na parcial de 2017 (de 29 de dezembro a 30 de junho), o Indicador registra expressiva queda de 18%. A média mensal de junho, de R$ 39,75/sc, está 1,9% maior que à de maio/17 e 14% inferior à de junho/16.
O movimento de alta em junho se deve ao recuo de orizicultores e ao maior interesse de indústrias em repor seus estoques, especialmente na segunda quinzena do mês. A valorização do dólar frente ao Real, por sua vez, trouxe expectativas de aumento na exportação brasileira de arroz. No mês, a média da taxa de câmbio foi de R$ 3,2957/dólar, aumento de 2,69% frente a maio/17 e a maior média mensal desde dez/16.
Produtores deram preferência em negociar outras commodities, como soja e boi, e também buscaram outras formas de financiamento, como o pré-custeio para a safra 2017/18 e EGF (Empréstimo do Governo Federal), que possibilita a estocagem.
As negociações de arroz beneficiado melhoraram em junho, fazendo com que indústrias demandassem lotes de arroz em casca armazenado nas propriedades rurais, em comparação ao registrado nas semanas anteriores, quando o produto nos armazéns das beneficiadoras eram os preferidos. As frequentes chuvas ocorridas no Rio Grande do Sul na primeira quinzena do mês dificultaram o carregamento do casca nas propriedades com maior dificuldade de acesso. Entretanto, esse cenário melhorou nos últimos dias do período, fortalecendo a decisão dos engenhos pela maior procura por casca.
O nono levantamento de safra da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), divulgado em 8 de junho, revisou para cima a produção nacional 2016/17 de arroz, que poderá atingir 12,13 milhões de toneladas, alta de 14,4% frente à safra 2015/16. Apesar da redução na área de sequeiro semeado, houve aumento na área de arroz irrigado, o que impulsionou a produtividade média brasileira para 6.141 kg/ha, 16,3% maior que a da temporada anterior (5.280 kg/ha).
MERCADO EM MG - Quanto às vendas aos grandes centros de beneficiamento e atacado, indústrias sentiram o fraco ritmo de negócios, apontando a concorrência de preços com o arroz do próprio estado, assim como do Sul do País e de Goiás. Para o arroz de 50 a 57% grãos inteiros, a cotação na região de Sinop oscilou entre R$ 38,00 e 40,00/sc de 60 kg.
MERCADO INTERNACIONAL - Pelo segundo mês consecutivo, todos os contratos futuros na Bolsa de Chicago (CME/CBOT) registraram aumentos. Entre 31 de maio e 30 de junho, o vencimento Julho/17 subiu 3,4%, fechando a US$ 11,505/quintal (hundredweight) no dia 30 (um quintal equivale a 45,36 quilos). O contrato Set/17 teve alta de 3,8%, indo para US$ 11,815/quintal; e o vencimento Nov/17, de 3,3%, passando para US$ 12,005/quintal. Quanto aos vencimentos de 2018, todos também valorizaram. O de Janeiro, 3,9%; Março e Maio, alta de 4,3% (cada). De acordo com relatórios do US Rice Producers Association (Associação dos Produtores de Arroz dos Estados Unidos), a boa demanda de arroz norte-americano e a tempestade tropical que atingiu o Texas e em Louisiana no início de junho impulsionaram os contratos futuros.
Estatísticas
Gráficos