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Após um 2021 Monótono, Ouro e Prata Podem Estar Prestes a Disparar

Publicado 22.01.2022, 09:05
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Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com

  • Investidores do ouro e prata se decepcionaram em 2021
  • Bull markets no longo prazo
  • Perspectivas para o ouro em 2022
  • Prata deve seguir e ampliar ação de preços no ouro.
  • Os piores setores em um período geralmente têm melhor desempenho no seguinte

A última vez em que a euforia tomou conta do mercado do ouro foi em agosto de 2020, quando o metal precioso atingiu US$2063 por onça. A prata, que é mais volátil, atingiu seu nível mais alto desde 2013 no início de 2021, quando superou a marca de US$30 por onça. Desde então, ambos os metais se desvalorizaram e passaram a ser negociados em uma faixa estreita de preços. A ação dos preços nos principais metais preciosos  foi marcada pela monotonia.

O ouro e a prata são considerados indicadores definitivos da inflação, mas não refletiram a ascensão do índice de preços ao consumidor nos EUA em 2021, quando este atingiu a máxima de quase quatro décadas. O ouro vem sendo negociado em torno do ponto de pivô de US$1800 por onça nos últimos meses, e a prata ficou em uma faixa de preços um pouco que vai de um pouco abaixo de US$21,50 até um pouco acima de US$25 por onça nos últimos seis meses.

Embora a maioria das commodities tenha registrado ganhos impressionantes em 2021, os preços do ouro e da prata tiveram queda. É bem verdade que o ouro tocou sua máxima histórica em 2020 e a prata subiu até o pico de oito anos em 2021, mas os participantes do mercado desejam uma gratificação imediata. Os preços de ambos os metais estão muito mais próximos das máximas do século do que das mínimas, mas não tiveram um desempenho tão bom quanto o de outras commodities em 2021. Em 2022, a história dos metais preciosos pode ser diferente.

Decepção para investidores do ouro e da prata em 2021

No ano passado, eram altas as expectativas de que o ouro e a prata registrassem máximas mais altas. No entanto, a ação dos preços não ofereceu muitas oportunidades.

Prata mensal

Fonte: CQG

A prata registrou máxima plurianual no início de fevereiro de 2021, quando seus preços eclipsaram o pico de 2020, superando o nível de US$30 por onça pela primeira vez desde 2013. Contudo, a compra perdeu força, gerando um padrão de máximas e mínimas descendentes ao longo do ano. A prata da COMEX caiu 11,59% em 2021.

Ouro mensal

Fonte: CQG

A máxima do ouro em 2021 ocorreu em janeiro, a US$1.962,50 por onça no contrato futuro negociado na COMEX. O ouro teve um 2021 decepcionante, ao se desvalorizar 3,51% desde o fechamento de 31 de dezembro de 2020. O metal não superou a máxima nem perdeu a mínima de 2020 ao longo de 2021. Sua faixa de negociação ficou contida entre os extremos do ano anterior.

Bull markets no longo prazo

A maioria das commodities atingiu máximas plurianuais em 2021, ou até mesmo históricas em alguns casos, mas o ouro e a prata não participaram dessa festa.

Isso não quer dizer que os bull markets nesses metais preciosos tenham perdido força; pelo contrário, continuam intactos no início de 2022.

Prata trimestral

Fonte: CQG

O gráfico trimestral mostra que a prata futura na COMEX alcançou a mínima de US$4,015 por onça em 2001. Desde então, o metal precioso registrou mínimas maiores e estava 5,7 vezes mais alto em 19 de janeiro de 2021.

Ouro trimestral

Fonte: CQG

Já o ouro futuro na COMEX tocou a mínima de US$252,50 por onça em 1999. O ouro registrou mínimas e máximas ascendentes neste século, alcançando novo pico recorde em agosto de 2020.

A ação baixista de preços em 2021 não negou as tendências de alta em vigor há duas décadas nos mercados de ambos os metais.

Perspectivas para o ouro em 2022

Quatro fatores dão suporte a preços mais altos para o ouro em 2022:

  • A inflação nos EUA teve alta firme em 2021. O IPC atingiu 7%, seu nível mais alto em quatro décadas. Excluindo alimentos e energia, o núcleo do IPC foi de 5,5%, bem acima da taxa média de 2% do Federal Reserve. Os preços aos produtores subiram quase 1 rose em 2021. A alta da inflação costuma favorecer o ouro, que é visto como uma proteção contra a perda de poder aquisitivo do dinheiro.
  • O Fed está bem atrás na curva inflacionária. A reunião de dezembro da autoridade monetária americana, a previsão foi que a taxa básica de juros seria de 0,90% em 2022 e de 1,60% em 2023, gerando a expectativa de juros reais negativos no longo prazo. As taxas negativas pesam sobre o poder de compra do dólar, dando suporte a preços mais altos do ouro.
  • Os bancos centrais e governos continuam sendo compradores líquidos de ouro, já que ele também é considerado como meio de troca ou moeda. Os governos detêm o ouro como reservas internacionais, o que valida o papel do metal no sistema financeiro global.
  • A tendência de longo prazo continua altista, e sabemos que a tendência, em qualquer mercado, é a melhor amiga do investidor.

Em um ano sem muita movimentação, o ouro ficou em torno do pivô de US$1800 por onça ao longo de 2021. O metal vem digerindo seu movimento até uma nova máxima recorde em 2020 e se consolidou no patamar de US$1800. Desde março de 2021, o metal precioso registra mínimas mais altas.

Ouro semanal

Fonte: CQG

O gráfico mostra as mínimas ascendentes, gerando um padrão de cunha de máximas maiores e mínimas menores. As formações de cunha tendem e gerar fortes rompimentos dos seus extremos. A inflação e outros fatores favorecem o rompimento do topo.

Prata deve seguir e ampliar ação de preços no ouro

A prata tende a ampliar a ação dos preços no ouro. O metal geralmente registra movimentos mais fortes do que os do ouro em bull markets.

Ouro trimestral

Fonte: CQG

O gráfico mostra que a volatilidade histórica trimestral no ouro variou de 7,72% a 20,33% desde 2000.

Prata trimestral

Fonte: CQG

A variação de preços na prata futura foi de 9,76% a 40,29% desde a virada do século.

O menor preço da prata e sua alta volatilidade fazem com que seja um metal mais especulativo do que o ouro. Quando se desenvolve uma tendência, os especuladores geralmente montam grandes posições na prata, exacerbando a ação dos seus preços para cima ou para baixo.

Os piores setores em um período geralmente têm melhor desempenho no seguinte

Os metais preciosos foram o mercado de commodity com pior desempenho em 2021. Entre as 41 commodities mais líquidas e negociadas nos mercados futuros e a termo nos EUA e Reino Unido em 2021, apenas oito registraram quedas no ano. O ouro e a prata foram duas das oito commodities que fecharam em baixa em 31 de dezembro de 2021 em relação ao fim de 2020.

Quem fica para trás geralmente se destaca nos períodos subsequentes. O tempo dirá se o ouro e a prata assumem o bastão na corrida de alta das commodities em 2022.

Embora o Fed mostre disposição em enfrentar a alta da inflação, os juros reais negativos no futuro próximo e a tendência de alta no longo prazo são as razões pelas quais o ouro e a prata estão prontos para romper resistências e retomar sua ascensão até máximas mais altas nos próximos meses.

O ouro era negociado acima do nível de US$1840 no mercado futuro da COMEX em 19 de janeiro, enquanto a prata girava em torno de US$24 por onça.

 

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