Apple perde espaço na corrida da IA, e ações ficam para trás em 2025

Publicado 09.07.2025, 14:00

As ações da Apple (NASDAQ:AAPL) acumulam queda superior a 16% no ano, ficando atrás de todos os papéis do grupo "Magnificent Seven", com exceção da Tesla (NASDAQ:TSLA). Entre os fatores que explicam esse desempenho abaixo da média estão o crescimento modesto de receitas e a escassez de lançamentos relevantes. Mas há outro ponto importante: a Apple segue atrasada no desenvolvimento de soluções em inteligência artificial.

Segundo reportagem da Bloomberg, funcionários da própria companhia descrevem o momento como uma “crise”.

“Isso é uma crise”, afirmou um integrante sênior da equipe de IA da empresa. Outro colaborador comparou o projeto a um navio à deriva: “Está afundando há muito tempo”. Documentos internos, citados pela Businessweek, indicam que a tecnologia da Apple estaria anos atrás dos principais concorrentes.

A matéria destaca uma série de decisões equivocadas que contribuíram para a perda de competitividade em IA. Entre os principais pontos, estão:

  • A defasagem da Apple em inteligência artificial generativa ameaça a liderança de mercado do iPhone e pode comprometer o desenvolvimento de novos produtos, como dispositivos de realidade aumentada e robótica.
  • A Siri vem perdendo terreno rapidamente em relação a assistentes concorrentes, sem conseguir acompanhar os avanços mais recentes da tecnologia.
  • Os obstáculos à evolução da IA na Apple envolvem problemas estruturais, como excesso de compartimentalização entre áreas, limitações de recursos e uma política extremamente conservadora em relação à privacidade de dados, o que restringe a inovação.
  • A contratação de John Giannandrea, ex-chefe de IA do Google, em 2018, não entregou os resultados esperados.

Enquanto isso, gigantes como Meta (NASDAQ:META), Google (NASDAQ:GOOGL) e Amazon (NASDAQ:AMZN) vêm investindo pesadamente em IA, ampliando ainda mais a distância em relação à Apple.

Atualização dos mercados

Como mencionado ontem, o mercado ainda enfrenta condições técnicas de sobrecompra e voltou a apresentar fraqueza. O S&P 500 recuou 0,1%, encerrando uma breve sequência de altas, com o retorno das preocupações relacionadas às tarifas comerciais.

O presidente Trump adiou a aplicação das tarifas recíprocas de julho para 1º de agosto, mas em paralelo enviou alertas a 14 países, incluindo Japão, Coreia do Sul e membros do bloco dos BRICS, de que novas tarifas serão impostas caso não sejam firmados novos acordos comerciais.

O anúncio adicionou volatilidade aos mercados, com reflexos imediatos sobre os preços do cobre, que saltaram quase 13% em um único pregão, na maior alta desde 1968. O movimento reflete o posicionamento dos investidores diante do risco de choques de oferta e interrupções na produção industrial global.

As taxas dos Treasuries subiram para 4,42%, e o dólar se valorizou, em linha com uma postura mais defensiva nos fluxos internacionais de capital.

Apesar do ambiente externo mais conturbado, os principais índices acionários nos EUA demonstraram resiliência. O Nasdaq segue próximo das máximas históricas, apoiado pelo desempenho positivo dos setores de tecnologia e varejo online.

A Amazon iniciou um evento promocional de quatro dias, o “Prime Day”, com expectativa de gerar mais de US$ 23 bilhões em vendas no e-commerce. Já a Meta ganhou destaque ao contratar um executivo sênior de IA da Apple.

Na divisão setorial, os destaques positivos ficaram com tecnologia e serviços de comunicação. Já os setores industrial e de materiais apresentaram desempenho mais fraco, devido à sensibilidade aos impactos tarifários.

Analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) e do Bank of America (NYSE:BAC) elevaram seus alvos para o S&P 500 ao fim de 2025 para 6.600 e 6.300 pontos, respectivamente, sinalizando otimismo com os fundamentos das ações, apesar das incertezas sazonais.

O Deutsche Bank, por outro lado, emitiu uma nota de cautela alertando para o risco de correções motivadas por choques macroeconômicos, especialmente relacionados a comércio e juros.

Do ponto de vista técnico, o S&P 500 mantém estrutura de alta bem definida, embora apresente sinais crescentes de sobrecompra. O padrão conhecido como “Golden Cross” foi confirmado, com a média móvel de 50 dias cruzando acima da média de 200 dias, reforçando a força da tendência.

O índice também fechou acima da banda superior de Bollinger pelo oitavo pregão consecutivo, um evento raro, que costuma indicar forte pressão compradora, mas também sugere exaustão de curto prazo.

Indicadores de momento, como o IFR, apontam para condições técnicas esticadas, o que torna plausível uma correção moderada entre 1% e 2%. O suporte mais próximo está na faixa dos 6.180 pontos, antigo nível de resistência no início do ano. A próxima resistência relevante está na região dos 6.350 pontos.

Investidores acompanham agora a ata da próxima reunião do Fed, os dados de crédito ao consumidor e o início da temporada de resultados do segundo trimestre como próximos gatilhos para o mercado.

Apesar dos alertas de curto prazo, estratégias de compra em quedas (buy the dip) continuam sendo adotadas por gestores institucionais, sustentadas pela tendência de alta e pela ampla participação dos papéis líderes.

O mercado aposta em um sucessor mais "dovish" para Powell?

A análise publicada ontem também discutiu a possibilidade de Scott Bessent ser nomeado presidente do Federal Reserve, com o término do mandato de Jerome Powell previsto para maio. Há ainda a chance de Bessent acumular o comando do Fed com seu atual cargo no Tesouro.

Dado o histórico de pressões de Trump para cortes de juros, o mercado assume que Bessent, ou qualquer sucessor escolhido, adotará uma postura mais expansionista do que a atual liderança do banco central.

Curiosamente, embora os agentes estejam precificando um nome mais dovish, os mercados ainda não demonstram uma convicção clara de que os Fed Funds cairão rapidamente após maio. A tabela abaixo, elaborada com dados da CME, mostra as probabilidades de cortes de juros em cada reunião do FOMC, entre julho deste ano e dezembro de 2026.

Apesar da probabilidade de um aumento de 25 pontos-base entre abril e junho, as chances implícitas de cortes adicionais são reduzidas. Essa tabela poderá servir como referência importante à medida que o fim do mandato de Powell se aproxima.

Juros futuros nos EUA

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