Os preços do arroz em casca seguiram em alta em novembro, resultado dos bons volumes já exportados e da boa movimentação para novos negócios nos mercados interno e externo. O Indicador do arroz em casca CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros, com pagamento à vista) registrou média de R$ 82,89/sc de 50 kg em novembro, 5,34% superior à de outubro/22 e significativo aumento de 27,19% frente ao mesmo período de 2021. Dentre as microrregiões que compõem o Indicador CEPEA/IRGA-RS, todas apresentaram elevações representativas de outubro para novembro: Planície Costeira Externa (5,97%), Campanha (5,84), Zona Sul (5,57%), Fronteira Oeste (5,18%), Planície Costeira Interna (5,12%) e Depressão Central (4,93%). Com isso, as médias foram de, respectivamente, R$ 84,14/sc de 50 kg, R$ 80,55/sc, R$ 85,79/sc, R$ 81,80/sc, R$ 84,32/sc e de R$ 80,56/sc em novembro. Para as demais faixas de rendimentos acompanhados pelo Cepea no Rio Grande do Sul, a média de preços do produto com 63% a 65% de grãos inteiros avançou 5,73% entre outubro e novembro, encerrando o último mês a R$ 84,26/sc de 50 kg. Para os grãos com 59% a 62% de inteiros, a elevação foi de 5,51%, a R$ 83,56/sc. Quanto ao produto de 50% a 57% de grãos inteiros, o valor subiu 5,4% no mesmo período, a R$ 80,21/sc.
No geral, compradores estiveram mais presentes, indicando ofertas mais elevadas, buscando, inclusive, contratos a termo para os próximos 60 dias. Como o produto da nova safra deve chegar com maior intensidade apenas a partir de março/23, estas empresas buscaram ajustar seus estoques. Assim, a disputa pela matéria-prima entre diferentes regiões produtoras/consumidoras se manteve acirrada. Com o dólar firme em parte do mês, o que favorece a paridade de exportação, indústrias localizadas nas proximidades do porto de Rio Grande/RS (principal via de escoamento de arroz ao mercado internacional) igualaram, em alguns casos, suas propostas aos valores ofertados por tradings, na tentativa de adquirir lotes para atender à demanda doméstica, envolvendo até mesmo o arroz “livre”. Do lado vendedor, muitos seguiram retraídos, mantendo os valores internos firmes. Produtores seguiram pautados nas incertezas quanto a novas políticas governamentais e à disponibilidade do cereal em 2023, que pode ser ainda menor que a estimada, tanto nas lavouras de sequeiro quanto nas irrigadas, o que deixaria o quadro de oferta e demanda mais apertado. Porém, vale destacar que o consumo interno está em um dos menores patamares deste século XXI.
SECEX – De janeiro a novembro deste ano, as exportações do arroz em base casca somaram 1,91 milhão de toneladas, o maior volume anual desde o início da série histórica da Secex, em 1997. Esse volume superou o mais alto até então, de 1,89 milhão de toneladas, registrado em 2011. Do lado das importações, no acumulado de 2022, chegaram aos portos nacionais 1,11 milhão de toneladas de arroz. Especificamente em novembro/22, as exportações do arroz em casca recuaram 58,7% frente ao embarcado no mês anterior, somando 159,76 mil toneladas. Em relação a novembro/21, por outro lado, o atual volume é seis vezes superior. Já as importações somaram 95,2 mil toneladas em novembro/22, avanços de 0,6% no comparativo mensal e de 54,6% no anual. Os dados também são da Secex.
CAMPO – As atividades de semeadura de arroz da temporada 2022/23 na região Sul do Brasil estão na reta final. No Rio Grande do Sul (maior estado produtor), por exemplo, 98% do total já havia sido implantado até o dia 1º de dezembro – segundo dados da Emater/RS. Já em Santa Catarina, segundo maior estado produtor de arroz, a atividade estava em 99,4% até 23 de novembro (última informação disponível), de acordo com a Epagri/Cepea. Em relação aos demais estados produtores, em ordem de importância, dados da Conab apontam que a semeadura de arroz estava em 73% em Goiás, 65% no Tocantins e em 4% no Maranhão, até 26 de novembro.