Você consegue dizer quais são as ações que mais caíram e as que mais subiram desde que a Covid-19 chegou ao Ocidente?
A Economatica apresentou as 3 ações que mais se desvalorizaram e as 3 ações que mais ganharam, entre 21 de janeiro de 2020 e 6 de dezembro de 2021.
Confira:
Maiores baixas
1. IRB Brasil Resseguros
As ações da empresa IRB Brasil Resseguros (SA:IRBR3) registraram a maior desvalorização entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021. Os ativos da empresa de resseguros acumulam uma queda de -89 por cento, segundo a Economatica.
A derrocada do IRB
A empresa se apresentava como “a resseguradora mais rentável do mundo” e era tida como queridinha pelo mercado, chegando a valorizar mais de +240 por cento entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019.
Até que um dia apareceu a Squadra na vida do IRB Brasil e, contra todos os comprados em IRBR3, em fevereiro de 2020, a gestora carioca anunciou uma posição short nas ações — basicamente, o que a Squadra fez foi apostar contra o mercado, ou seja, apostar na queda do ativo.
Para provar sua tese (short em IRB), a empresa criou um relatório de mais de 150 páginas desmascarando anos de fraudes contábeis na resseguradora.
A reação do mercado foi rápida e intensa, e as ações da empresa despencaram.
Na tentativa de reestruturação, a companhia tem apresentado dificuldade em destravar valor e não recomendo a compra de IRBR3.
2. Cogna Educação
No início de novembro, cortei a recomendação para Cogna Educação (SA:COGN3) por considerar que, no momento, não há mais tanto espaço para a alta dos papéis.
O ativo estava na carteira do Nord Deep Value, da qual sou responsável, e atualmente recua -77 por cento.
Apesar de gostar da reestruturação que a gestão vem fazendo, avalio que o cenário e a perspectiva macroeconômica não são favoráveis para Cogna, pois a empresa tem grande exposição à atividade econômica (PIB) e a crise ainda pode impactar de forma relevante os avanços do seu turnaround.
3. Pão de Açúcar
Os papéis do Grupo Pão de Açúcar (SA:PCAR3) acumularam a terceira maior baixa, de -68 por cento, de acordo com dados da Economatica.
Os motivos por trás dos desempenho podem estar relacionados às margens baixas no segmento, mercado competitivo, inflação e a escalada de juros. Na minha opinião, não vale o risco de investir em PCAR3.
Maiores altas
1. Assaí Atacadista
Parece que o mercado não consegue achar defeitos no Assaí (SA:ASAI3) após o processo de separação, ou “spin off”, com o Pão de Açúcar (PCAR3). Enquanto o GPA amarga fortes perdas, os papéis do Assaí se valorizaram +371 por cento.
Contudo, assim como o cenário macro é desfavorável para o Pão de Açúcar, é também para o Assaí, que sofre com os mesmos efeitos citados anteriormente.
Apesar da forte alta, não recomendo a entrada em ASAI3.
2. Locaweb
No segundo lugar no ranking da Economatica, estão as ações da Locaweb (SA:LWSA3), que subiram +200 por cento no período analisado.
A empresa possui dinheiro em caixa e está focada em fortalecer o ecossistema de serviços digitais oferecidos pela companhia, além de ter apresentado bons resultados no balanço operacional do terceiro trimestre deste ano.
3. PetroRio
Em terceiro lugar, estão os papéis da PetroRio (SA:PRIO3), que registram uma alta de +141 por cento entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021.
A empresa se destaca na gestão de reservas e no ganho de eficiência de campos de produção maduros localizados no mar (“offshore”).
Entre as petroleiras brasileiras, a Petrorio é a que mais vem crescendo, inclusive estão negociando a compra dos campos Albacora e Albacora do Leste na Bacia de Campos, com o potencial para aumentar a produção da companhia em torno de +155 por cento.
Com isso, acredito que a PetroRio deve apresentar resultados cada vez melhores e recomenda compra para as ações da companhia.