Mercados Globais
Com a esperança de que haja discussões entre China e EUA para evitar uma guerra comercial, Wall Street registrou fortes ganhos na segunda feira, e as principais bolsas estendem estes ganhos nesta terça-feira. Os mercados asiáticos deram início aos negócios de hoje e fecharam em alta de 1,44%, com destaque para Tóquio (+2,65%). O principal índice acionário da Europa tem alta de 1,35% e o índice futuro do S&P registra alta de 0,46%, sinalizando uma abertura de alta. O dólar reverteu suas perdas recentes, ao mesmo tempo que o euro tem um dia de desvalorização devido ao deslize dos indicadores de confiança na região.
Sem muitos indicadores relevantes na agenda econômica, as atenções dos mercados permanecem diluídas. Ás 11h, ocorrerá a divulgação do indicador de confiança do consumidor americano. Bostic do Fed deve realizar mais um discurso. Quanto aos discursos de dirigentes do Fed ontem:
- Raphael Bostic, membro com direito a voto, disse que suporta a ideia de subir a taxa de juros de forma gradual, mas que há ainda incertezas em como a economia irá reagir ao plano tributário e aumento de gastos do Governo, o que pode dificultar a política monetária.
- Randal Quarles, membro com direito a voto, disse que a economia americana está em um bom momento e a taxa de desemprego está em um baixo nível, mas disse que ainda há desafios para muitos grupos e comunidades.
- Loretta Mester, membro com direito a voto, vê mais altas da taxa de juros para este ano e para o próximo. Também comentou que as tarifas comerciais e as negociações do NAFTA representam riscos para o cenário econômico.
- William Dudley, membro com direito a voto, não comentou sobre política monetária.
No campo das commodities, os preços do petróleo continuam sua trajetória de alta, renovando máximas. O petróleo tipo WTI é cotado a US$ 66,25, acumulando alta de 7,69% em março. Hoje a API deve divulgar suas estimativas para os estoques de petróleo, que tiveram uma queda de 2,739M na última semana, ao passo que a produção segue em sua máxima histórica (veja no gráfico abaixo).
Quanto ao minério de ferro, houve uma recuperação das perdas recentes devido à forte alta dos contratos de aço após uma semana de queda. Já o cobre, registrou uma alta de 1,8% após uma sequência de três quedas consecutivas.
Brasil
Com o índice futuro sinalizando uma abertura de ligeira queda, o dólar segue em alta ao passo que os juros futuros oscilam entre as margens, com viés de alta.
Na agenda de indicadores, o destaque local é a ata do Copom. A ata corrobora para a nossa expectativa de que a taxa Selic deva sofrer novo corte em Maio, de 0,25 ponto percentual, chegando a 6,25%. Veja o trecho da ata:
“A evolução do cenário básico tornou adequada a redução da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual nesta reunião. Para a próxima reunião, o Comitê vê, neste momento, como apropriada uma flexibilização monetária moderada adicional. O Comitê julga que este estímulo adicional mitiga o risco de postergação da convergência da inflação rumo às metas. Essa visão para a próxima reunião pode se alterar e levar à interrupção do processo de flexibilização monetária, no caso dessa mitigação se mostrar desnecessária.
Para reuniões além da próxima, salvo mudanças adicionais relevantes no cenário básico e no balanço de riscos para a inflação, o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária, visando avaliar os próximos passos, tendo em vista o horizonte relevante naquele momento. O Copom ressalta que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação.”
Além da ata, resultados corporativos como o da Companhia Siderúrgica Nacional (SA:CSNA3), Eletrobras (SA:ELET3), Locamerica (SA:LCAM3) (e outras) deve direcionar parcialmente a atenção dos investidores na bolsa, que ficam de olho na última semana de balanços.