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Balança Comercial: Algumas Considerações

Publicado 06.11.2017, 12:43
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Nesta maré de más notícias na esfera política, na governabilidade do presidente Temer, não deixa de ser um alento as novidades vindas da esfera econômica. Uma delas é o desempenho da balança comercial, desde 2015 com resultados positivos. Claro que nestes anos, boa parte do desempenho acabou motivado pelo fraco desempenho da economia, o que derrubou as importações que, com as exportações recuando menos, acabou gerando seguidos saldos positivos. No entanto, o que chama atenção agora em 2017 é que o aumento da corrente de comércio, da intensidade nas vendas e nas compras externas, mostra que a recuperação da atividade vem se espalhando pelos vários setores da economia. Neste ano, até outubro, o fluxo de comércio foi a US$ 363,6 bilhões, 13,1% maior do que o registrado no ano passado e 17,7% do que em 2015.

Importante observar que nos dois últimos anos os superávits comerciais se deram pelo ajuste das importações sobre as exportações. Em 2015, o superávit chegou a US$ 19,7 bilhões, com as importações recuando 25,2% e as exportações 15,1%, e em 2016 a US$ 47,7 bilhões, com recuos respectivos de 19,7% e 3,1%. Agora, o que se observa é o saldo comercial acumulando US$ 58,5 bilhões até outubro, já superando o saldo total do ano passado e devendo fechar 2017 entre US$ 65 bilhões e US$ 70 bilhões.

Abrindo as contas mais em detalhes vemos o seguinte.

Pelo lado das exportações

Em outubro deste ano, contra o mesmo mês de 2016, pela média diária, as exportações aumentaram 31,1%, recuando um pouco contra o mês anterior (-3,7%). Por fator agregado, nos setores, sobre o ano anterior, as vendas de bens básicos cresceram 42,3%, semimanufaturados 26,2% e manufaturados 21%. No ano, no grupo dos básicos o crescimento foi de 28,2%, nos semi de 15,0% e nos manufaturados 12,1%. Por esta base de comparação fica mais fácil saber o que vem predominando em cada fator agregado.

Nos primeiros, grande vem sendo a influência da alta nas cotações das commodities. No ano, as vendas de minério de ferro cresceram 57,0% e de soja em grãos 26,7%, com petróleo, também importante, crescendo 77,2%. Nos semimanufaturados as maiores altas aconteceram nas vendas de ferro e aço, ferro fundido e madeira. Já nos manufaturados, o crescimento maior nas vendas aconteceu em óleos combustíveis, tratores, máquinas para terraplanagem, automóveis e veículos de carga.

Nos mercados compradores, as vendas para a China, principal comprador individual do Brasil, cresceram 33,4%, com destaques para soja em grão, minério de ferro, petróleo em bruto, carne bovina, celulose, etc. Outro destaque veio das vendas para os países do MERCOSUL, com Argentina crescendo 31,8%, por conta de automóveis de passageiros. As vendas para a China, em participação no total, no acumulado ao ano passaram de 21,3% em 2016 para 23,7% neste ano. Já para os EUA passaram de 12,3% para 12,1% e para os países do MERCOSUL acabaram mantidas em 10,4%, com importante contribuição da Argentina (7,2% para 7,9%).

Pelas importações

Pela média diária, as compras externas cresceram 14,5% contra o mesmo mês do ano passado, recuando 3,4% contra setembro. No ano, até outubro, estas cresceram 9,1%, com aumento em combustíveis e lubrificantes (+38,6%), bens intermediários (+11,1%) e bens de consumo (+6,1%). Interessante observar, porém, que no ano as compras de bens de capital recuam 15,5%, mas em outubro houve alguma reação, com estas crescendo 18,7% contra o mesmo mês do ano passado. Isso pode ser uma sinalização de retomada da economia. Nos mercados fornecedores, as maiores compras do Brasil vieram da China (18,5%) e dos EUA (16,6%). Por blocos de mercado, a Ásia responde por 32,9% do total, a Zona do Euro 25,4%, a América do Norte 20,5% e a América do Sul com 13,5%.

Interessante observar, por pauta de exportações e de importações, quais categorias econômicas e produtos possuem maior peso. Pelo lado das exportações, os bens básicos respondem por 47,3% do total, os manufaturados 36,1% e os semimanufaturados 14,3%. As vendas de soja em grãos respondem por 13,1% e o minério de ferro 8,8%, na sua maioria, para a China. Petróleo em bruto responde por 7,9% e os semimanufaturados 3,0%.

Pelo lado das importações, os bens mais comprados são os intermediários (62,7%), com destaque para os insumos industriais elaborados (37,4%), seguidos pelas peças e acessórios para bens de capital (12,2%) e peças e equipamentos de transportes (8,7%). Por categoria econômica, bens de Consumo respondem com 15,2%, com semi e não duráveis a 12,1%, combustíveis e lubrificantes 11,5% e bens de capital 10,6%.

Comentários finais

É promissor o desempenho da balança comercial neste ano, pelo bom dinamismo da corrente de comércio, tanto pelas exportações como pelas importações. Continuam intensas as exportações de commodities para a China e de automóveis para a Argentina. O grande volume de importações de combustíveis e de bens de capital em outubro talvez reforce também esta retomada da economia para este ano e o próximo.

Ao fim deste ano estamos prevendo um saldo comercial entre US$ 65 bilhões e US$ 70 bilhões, e em 2018 recuando a US$ 35 bilhões a US$ 40 bilhões, pelo aumento das importações com a economia retomando e a demanda externa melhorando na margem. Cabe observar, pelo gráfico ao fim, sobre a intensidade no crescimento das exportações, maior do que na recuperação das importações, ainda suave.

DESEMPENHO DA BALANÇA COMERCIAL (US$ Bilhões)

ACUMULADO EM 12 MESES

Balança comercial

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