- O JPMorgan Chase deve divulgar seu balanço do terceiro trimestre na sexta-feira, antes da abertura dos mercados em Nova York.
- Neste complexo ambiente econômico, os resultados da instituição financeira de Wall Street não devem ajudar a reverter a fraqueza dos seus papéis.
- O banco suspendeu temporariamente as recompras de ações em julho, a fim de se preparar para enfrentar possíveis turbulências econômicas.
Com o início da temporada de balanços do terceiro trimestre de 2022 nesta semana, os resultados dos principais bancos dos EUA podem mostrar que suas receitas provenientes de operações de investment banking estão encolhendo rápido, ao mesmo tempo em que se beneficiam das maiores receitas geradas pela volatilidade dos mercados de ações, títulos e commodities.
Nesse complexo ambiente econômico, os resultados das instituições financeiras de Wall Street não devem ajudar a reverter a fraqueza dos seus papéis, em vista das preocupações com a desaceleração econômica, com o menor volume de empréstimos e com a forte queda dos mercados de capitais.
O índice bancário KBW Bank acumula uma desvalorização de 26% desde janeiro, na medida em que o risco de uma recessão prolongada prejudica a perspectiva para o setor.
Fonte: Investing.com
Em uma semana repleta de resultados de vários setores, o grande destaque será o balanço do JPMorgan Chase (NYSE:JPM) (BVMF:JPMC34), maior instituição financeira dos EUA, que dará uma ideia da saúde dos consumidores norte-americanos e do que está por vir na economia de forma geral. A ação do JPM já perdeu mais de um terço do seu valor neste ano.
De acordo com a previsão consensual dos analistas, a receita do JPM deve crescer perto de 8% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro por ação, por sua vez, deve registrar uma queda de cerca de 20%, para US$ 2,88, principalmente devido à significativa queda na atividade de investment banking.
Contudo, a incerteza das condições de mercado, que está gerando obstáculos às operações de IPO e M&A (fusões e aquisições), pode acabar aumentando a procura pelas mesas de operações do banco. O consenso dos analistas prevê que as vendas de produtos de renda fixa, moedas e commodities do JPM, por exemplo, registraram um salto de 12%.
Pesquisadores do Citi também esperam que o JPMorgan eleve as projeções de receita provenientes de juros, que já subiu no último trimestre, já que o banco vem sendo mais disciplinado do que os concorrentes na alocação de caixa.
O modelo de negócios diversificado do JPM e sua posição de crédito em muitas áreas das operações bancárias são talvez as principais razões para que a instituição não tenha sofrido uma onda de rebaixamento de estimativas de resultados, de acordo com dados fornecidos pelo InvestingPro+.
Fonte: InvestingPro+
Apesar da robustez das suas operações, é pouco provável que o JPM veja suas ações ganharem muita força com base no balanço desta semana, em vista da incerteza e do risco de recessão, responsáveis por manter os investidores mais receosos.
O banco suspendeu temporariamente as recompras de ações em julho, a fim de atender à sua maior necessidade de capital e se preparar para possíveis turbulências econômicas. O CEO Jamie Dimon alertou para a chegada de um “furacão” econômico, citando os desafios que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) enfrenta para tentar controlar a inflação.
Na teleconferência de resultados, os investidores devem ficar atentos à perspectiva da gerência para as provisões decorrentes de perdas com empréstimos, bem como à capacidade do banco de retomar as recompras de ações.
Aviso: No momento da publicação, o autor não tinha ações das empresas mencionadas neste artigo. As visões discutidas neste artigo correspondem exclusivamente à opinião do autor e não devem ser consideradas como uma recomendação de investimento.