Após um sólido rali de ano-novo, os principais bancos americanos começarão a divulgar seus resultados do 4º tri na sexta-feira. Os investidores esperam que as taxas de juros maiores e o aumento da demanda por crédito nos EUA impulsionem o crescimento do lucro dessas empresas.
O índice de referência KBW Bank, que rastreia 24 das maiores instituições de crédito americanas, registrou seu melhor começo de ano em mais de uma década, disparando mais de 11%. Esse invejável desempenho ocorre após uma valorização de 35% do índice no ano passado.
No momento em que inflação atinge seu patamar mais alto em quatro décadas, acreditamos que o posicionamento mais duro do Fed continuará beneficiando as ações bancárias do país.
Os juros maiores fazem bem aos bancos, pois eles podem aumentar suas margens nas taxas de empréstimos, cartões e financiamentos.
Em nota emitida aos clientes na semana passada, o banco de investimento Raymond James apontou o seguinte:
“O aumento dos juros e a aceleração do crescimento do crédito são os dois maiores catalisadores para os investidores ficarem otimistas com as ações bancárias”.
Mais potencial de alta para o setor
Entre os maiores bancos americanos, Wells Fargo (NYSE:WFC) (SA:WFCO34), JPMorgan Chase (NYSE:JPM) (SA:JPMC34) e Citigroup (NYSE:C) (SA:CTGP34) divulgarão seus resultados do 4º tri amanhã, sexta-feira, 14 de janeiro, antes da abertura nos EUA. A expectativa é que ainda haja mais espaço para seu crescimento.
Uma das nossas escolhas favoritas nesse grupo, o JPMorgan, deve reportar uma receita de US$29,87 bilhões e um LPA de três centavos. No 3º tri, o JPM apurou uma receita trimestral recorde por assessoria em acordos corporativos e um dos melhores resultados de todos os tempos nas tarifas totais do seu banco de investimento.
Suas ações encerraram o pregão de quarta-feira cotadas a US$168,50 após se valorizarem cerca de 6% neste ano. De acordo com o modelo de negociação do InvestingPro, o preço justo médio do papel é de US$181,88.
Fonte: InvestingPro
Isso implica um potencial de alta de mais 9%.
Empurram dos gastos dos consumidores
Em conjunto com os gastos governamentais maciços em infraestrutura e uma redução gradual do estímulo monetário, os bancos podem ver uma aceleração na demanda por crédito no próximo ano, à medida que pessoas e empresas usam sua liquidez acumulada durante a pandemia.
Essa tendência ficou patente durante o terceiro trimestre, quando os gastos dos clientes superaram os níveis pré-pandemia, uma tendência que muitos executivos bancários consideram que continuará até as festas de fim de ano. Os gastos com cartões de crédito do Citigroup, por exemplo, saltaram 20% em relação a um ano atrás, atingindo um recorde.
Embora muitos analistas concordem que os bancos vão cumprir as expectativas de aceleração do crescimento dos empréstimos, a disseminação da variante ômicron pode arrefecer o mercado de crédito no curto prazo.
De acordo com uma nota recente do Wedbush citada por uma reportagem da Bloomberg:
“O crescimento dos empréstimos no primeiro trimestre pode ser impactado pela variante ômicron, mas esperamos que a trajetória de alta seja retomada durante o resto de 2022”.
Conclusão
Após sua impressionante corrida no início de 2022, as ações bancárias continuam atraentes, com muitas macrotendências favoráveis para seus negócios.
O JPM continua sendo nossa ação favorita no setor financeiro, devido ao seu portfólio diversificado e balanço mais robusto. Em nossa visão, qualquer fraqueza pode ser encarada como uma oportunidade de compra para investidores de longo prazo.