Diante de recentes habilitações concedidas pela China, o Brasil tem agora 65 abatedouros de bovinos aptos a exportar carne bovina ao país asiático. Segundo pesquisadores do Cepea, isso evidencia que a China quer mais carne brasileira e, para atender, as empresas vão precisar de mais animais. Motivados pelo potencial aumento da demanda e por preços diferenciados, pecuaristas também tendem a ampliar seus rebanhos direcionados a este mercado. Em médio ou longo prazo, a produtividade e a qualidade do produto tendem a crescer; alguns recebem mais num primeiro momento, mas logo o que era diferenciado se torna o “padrão”, com deságios para quem não alcança os mesmos resultados. No mercado, em algumas semanas, é possível que haja um aumento da procura por “boi China”, inclusive em regiões onde esta segmentação não era vista por falta de frigoríficos habilitados. Produtores respondem rápido a estímulo de preço, devendo iniciar e intensificar investimentos para obter animais para abate com idade de até 30 meses. Há de se observar, contudo, que a demanda poderá estar concentrada nas mãos do grande comprador, a China, e essa condição gera um risco de dependência, ainda conforme pesquisadores do Cepea.
SUÍNOS: PODER DE COMPRA CAI EM RELAÇÃO AO MILHO, MAS SOBE FRENTE AO FARELO
O poder de compra de suinocultores paulistas tem caído em relação ao milho, mas avançado frente ao farelo de soja, conforme apontam pesquisas do Cepea. Isso porque, enquanto os preços do suíno vivo posto frigorífico no mercado independente apresentam leves quedas em março, os do cereal seguem firmes e os do derivado da oleaginosa caem com força. Segundo pesquisadores do Cepea, apesar das recentes valorizações do animal, a menor procura por parte da indústria no início do mês pressionou a cotação média mensal do suíno. Para o milho, de acordo com a Equipe Grãos/Cepea, o baixo volume de estoques e as valorizações externas vêm sustentando os preços em regiões paulistas; já no caso do farelo, consumidores estão se abastecendo aos poucos, fundamentados na possível maior oferta do derivado diante do aumento na demanda por óleo de soja.