Com o consumo doméstico de carne bovina enfraquecido, o mercado externo continua sendo um importante canal de escoamento do produto brasileiro neste ano e, consequentemente, um fator de sustentação aos preços internos da arroba do boi. De janeiro a março de 2018, o volume de carne bovina in natura exportado e a receita obtida com as vendas foram recordes para um primeiro trimestre. De acordo com dados da Secex, o Brasil embarcou 319,05 mil toneladas de carne bovina in natura no primeiro trimestre deste ano, 20,55% acima do volume exportado no mesmo período do ano passado. Quanto à receita, somou R$ 4,217 bilhões no período, 24,09% superior à obtida entre janeiro e março de 2017. Segundo pesquisadores do Cepea, as exportações têm sustentado os valores internos da arroba do boi, à medida que enxuga a disponibilidade doméstica. Desde o início deste ano, o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa (São Paulo) registra ligeira queda de 1,16%, oscilando entre R$ 143,00 (em 28 de março) e 148,7 (em 10 de janeiro).
SUÍNOS: OFERTA SUPERA DEMANDA E MANTÉM PRESSÃO SOBRE VALOR DO ANIMAL
Apesar da expectativa de melhora nos preços neste início de abril, devido ao fim da Quaresma, a temperaturas mais amenas e ao pagamento dos salários, a maior parte das regiões pesquisadas pelo Cepea ainda registra oferta superior à demanda, cenário que continua pressionando as cotações do animal. Na região SP-5 (Bragança Paulista, Sorocaba, Piracicaba, Campinas e São Paulo), a queda no preço foi de 2,2% entre 28 de março e 4 de abril, com o suíno negociado a R$ 3,03/kg nessa quarta-feira, 4. Em Belo Horizonte (MG), o animal foi negociado a R$ 3,01/kg, recuo de 0,6% na semana.
CENOURA: MAIOR OFERTA PODE PRESSIONAR VALORES EM ABRIL
O rendimento das lavouras de cenoura deve aumentar em abril nas regiões de São Gotardo (MG) e Cristalina (GO), segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea. O menor volume de chuvas no período de desenvolvimento das raízes que serão colhidas neste mês e a expectativa de temperaturas mais baixas, devido ao fim do verão, podem elevar a produção e pressionar as cotações. Do início da safra até março, os preços permaneceram em patamares elevados, devido à baixa produtividade das lavouras – a taxa de descarte de cenouras aumentou no período, por conta de bifurcações e da incidência de mela e nematoides, reflexo das chuvas e do calor intenso. Na parcial da safra (janeiro a março), a caixa de 29 kg da cenoura "suja" teve média de R$ 24,67 em São Gotardo, 36% superior à do mesmo período da temporada anterior.