Após quatro dias consecutivos de altas no mercado interno, o movimento de realização de lucros na Bolsa de Nova York (ICE Futures) pressionou os futuros de arábica e, consequentemente, os preços da variedade no Brasil.
Nessa quarta-feira, 24, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 471,89/sc de 60 kg, forte queda de 3,23% em relação à terça-feira, mas avanço de 0,7% nos últimos sete dias.
Segundo pesquisadores do Cepea, essa oscilação das cotações afastou produtores e compradores do mercado.
Já quanto ao robusta, após a finalização da colheita da safra 2016/17, a quebra considerável na produção está praticamente confirmada e, com isso, produtores também estão retraídos.
Apesar dos preços atrativos, vendedores só negociam lotes com pequenos volumes.
De 17 a 24 de agosto, o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo manteve-se estável, a R$ 422,99/saca de 60 kg nessa quarta, 24.
BOI: Divergência de valores gera oscilações no mercado
Após quase atingir R$ 160 em abril, o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa vem oscilando e começou a perder força neste segundo semestre.
Na terça-feira, 23, o Indicador caiu para um dos menores patamares do ano: R$ 147,85 por arroba, recuperando-se já na quarta, 24, quando fechou a R$ 150,00.
Ainda que o movimento em agosto seja de baixa, observa-se uma grande variação entre os valores negociados, refletindo as diferentes características dos negócios e das condições dos operadores.
Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão sobre as cotações da arroba vem, dentre outros fatores, das escalas de abate já preenchidas com animais adquiridos antecipadamente e das condições pouco favoráveis da engorda fora do confinamento.
Não tem sido incomum, no entanto, que negócios ocorram a valores consideravelmente acima da média, nestes casos, devido ao tamanho do lote ou da especificação do produto.
No correr de agosto, especificamente, o Cepea verifica que muitos operadores têm participado pontualmente do mercado, o que resulta em maior variabilidade da amostra e, consequentemente, em oscilações do Indicador.
SUÍNOS: Exportação pode atingir recorde; no BR, preço cai com menor demanda
O volume de carne suína in natura exportada na parcial de agosto já atingiu a quantidade embarcada em todo o mês de agosto do ano passado.
Segundo números da Secex, as vendas externas somam 42,1 mil toneladas nos 15 primeiros dias úteis de agosto/16.
Segundo pesquisadores do Cepea, se a média diária for mantida, o total exportado neste mês será recorde, de 65 mil toneladas.
No entanto, o bom desempenho dos embarques e a oferta de animais relativamente enxuta no mercado doméstico não têm sido suficientes para sustentar o mercado interno, e os preços do suíno vivo e da carne caíram nos últimos dias, pressionados pela menor demanda.
Além disso, os altos patamares de preços da carne suína reduziram a competitividade dessa proteína frente às concorrentes (bovina e de frango).
Assim, no atacado da Grande São Paulo, o quilo da carcaça especial suína recuou 2,7% entre 17 e 24 de agosto, passando para R$ 6,87 nessa quarta-feira, 24.
A carcaça comum se desvalorizou 2,6% no período, a R$ 6,47/kg também na quarta.
Quanto ao animal vivo, na região de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), houve queda de 4,2% em sete dias, com o preço do suíno posto no frigorífico passando para R$ 4,43/kg no dia 24.