Lideradas pelo mercado chinês, as principais bolsas asiáticas encerraram em tendência de alta neste segunda-feira, 15 de agosto. A expectativa em relação à divulgação de uma possível parceria entre os mercados de Shenzhen e de Hong Kong impulsionou este movimento.
Hoje, houve alta de 2,5% do Shenzhen Composto, que agrega empresas de menor valor de mercado. O principal índice chinês, o Xangai Composto, também apresentou alta semelhante, demonstrando um aumento de 2,4%. Em Hong Kong, o Hang Seng avançou 0,73%. Em Seul, contudo, não houve negociações neste segunda devido a feriado nacional.
Apesar do resultado positivo no mercado asiático e da alta de 1,1% no pregão anterior, a Bolsa de Tóquio demonstrou recuo de 0,3%. Dessa forma, o Índice Nikkei, que reúne as ações mais importantes do Japão, encerrou hoje em 16.869,56 pontos.
Nesse sentido, o iene se valorizou frente ao dólar durante as negociações, pressionando especialmente os ativos de empresas exportadoras. Nesse sentido, as montadoras demonstraram impactos negativos. A Suzuki teve queda de 0,94%, a Nissan apresentou baixa de 0,6% e a Toyota recuou 0,83%.
Um fator que influenciou esta queda, além da valorização do iene frente o dólar, foi a divulgação de dados de crescimento do país. Às 7h37 de hoje, o dólar caía a 100,99 ienes, ante o patamar de 101,23 ienes verificado no fim da semana passada. O acumulado do enfraquecimento da moeda americana já chega a quase 20% no ano, sendo que no mês de julho o dólar apresentou uma sequência de queda.
Parte desta retração na bolsa japonesa vem do descontentamento do mercado financeiro com relação ao PIB do país. O Produto Interno Bruto do Japão cresceu menos que o previsto, apresentando taxa de 0,2% entres os meses de abril e junho. Os dados levantados ficaram abaixo das projeções feitas por especialistas, que aguardavam índices em torno de 0,7%.
Para se ter uma ideia, nos primeiros três meses deste ano, a expansão anualizada da economia nipônica chegou próximo a 2,0%. Entre janeiro e março de 2016, a terceira maior economia do mundo avançou 0,5% em relação ao trimestre anterior.
O consumo dos japoneses, o pilar que representa cerca de 60% do PIB do país, subiu 0,6% anualizado no trimestre que compreende os meses de abril a junho. Todavia, os dados não apresentaram grandes mudanças entre abril e junho em relação ao trimestre anterior, segundo informações publicadas pelo governo do Japão.
Um elemento importante na estratégia de recuperação do governo de Shinzo Abe, os investimentos de capital corporativo, cresceram 3,7% anualizado e 0,5% no comparativos entre os dois últimos trimestres. O investimento público, por sua vez, incentivado pelo programa de reforma econômica do executivo japonês, apresentou alta de 2,6% em comparação com o trimestre anterior e de 9,5% anualizada.
A atual desaceleração econômica no Japão tem como causas principais a baixa nas exportações do país, que chegaram a menos 5,9% anualizado, e na redução de gastos por parte das empresas japonesas. Para tentar reaquecer a economia, no início deste mês o governo do primeiro ministro Shinzo Abe liberou um pacote de estímulos econômicos de mais de US$ 270 bilhões.
Todavia, a pressão para propor políticas de crescimento se mantém sobre o governo japonês, que já enfrenta duas décadas de deflação. Os dados divulgados sobre o PIB, inferiores às expectativas, e o receio do mercado de ações quanto à economia do Japão evidenciam a complexidade do desafio a ser transposto pelo premiê japonês.