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Bolsonaro Presidente

Publicado 29.10.2018, 09:37
Atualizado 10.01.2024, 08:22

Pela primeira vez desde o início dos anos 2000, o PT foi derrotado nas urnas para as eleições presidenciais e o mercado financeiro brasileiro deve comemorar hoje a vitória de Jair Bolsonaro, ampliando as comemorações vistas ontem nas ruas do país. O candidato de extrema-direita obteve 55,13% dos votos válidos, com 57,8 milhões, enquanto o petista Fernando Haddad ficou com 44,87%, ou 47,0 milhões.

A diferença entre eles foi de pouco mais de 10 milhões de votos, o que é praticamente a soma dos votos brancos e nulos, enquanto as abstenções superaram 30 milhões de eleitores, ou 21%. Capitão reformado do Exército e deputado federal desde 1991, o candidato do PSL se elegeu com promessas de reformas liberais na economia e um discurso conservador na esfera social, contrário à corrupção, ao PT, ao extremismo de esquerda e ao próprio sistema político.

Ao iniciar seu primeiro pronunciamento, Bolsonaro citou a Bíblia e falou em governar o Brasil “ao lado” da Constituição, com boa assessoria técnica, isenta de indicações políticas, quebrando paradigmas e fazendo um governo capaz de colocar o país em um lugar de destaque. Depois, em entrevista coletiva, o presidente eleito agradeceu a Deus e o ex-senador Magno Malta fez uma oração, dizendo que somente Ele poderia “livrar o país da esquerda”.

Confirmada a vitória de Bolsonaro, as atenções se voltam, então, para os nomes que irão compor a equipe econômica, a ser chefiada por Paulo Guedes, e também à governabilidade do novo presidente para aprovar reformas constitucionais no Congresso. Não está descartada a possibilidade de algumas medidas serem apreciadas ainda na atual Legislatura, já que o presidente Michel Temer promete iniciar nesta semana a transição de governo.

E a possibilidade de se confirmar nomes técnicos de credibilidade na equipe econômica tende a manter o mercado financeiro brasileiro animado no curto prazo. Movimentos pontuais de realização de lucros também são esperados, mas a euforia dos negócios locais vai depender da confiança do investidor estrangeiro na capacidade do novo governo em colocar as contas públicas em ordem, recuperando a rota de crescimento econômico.

Os “gringos” podem ficar ressabiados com o placar “mais magro” que o inicialmente pensado na vitória de Bolsonaro sobre Haddad, antecipando problemas que podem haver na implementação de uma agenda pró-mercado. Ao mesmo tempo, o discurso anti-China do presidente eleito causa apreensão nas relações com o maior parceiro comercial do Brasil, que já está em guerra com os Estados Unidos.

A fala do ainda candidato sobre criar um Banco Central com “iniciativa” e “meta” para o dólar também não é exatamente o que os economistas liberais gostariam de ouvir. Aliás, o BC reúne-se a partir de amanhã para decidir sobre a taxa básica de juros. O anúncio será feito pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira à noite e a expectativa majoritária do mercado financeiro é de manutenção da Selic em 6,50% pela quinta vez seguida.

Em meados do mês passado, os investidores previam o início do ciclo de aperto dos juros em outubro, com as apostas divididas entre um aumento residual, de 0,25 ponto, ou mais incisivo, de 0,50 ponto. Porém, a desvalorização do dólar desde então, saindo da faixa de R$ 4,00 e indo abaixo de R$ 3,70, combinada com a eleição de um candidato favorável aos temas sensíveis ao mercado financeiro justificam a mudança de “call”.

Na agenda econômica doméstica, atenção para os números do desemprego atualizados até setembro, amanhã, e para o desempenho da indústria brasileira no mês passado (quinta-feira). Hoje, saem as leituras finais de outubro sobre a confiança nos setores industrial e de serviços (8h), além do relatório semanal Focus (8h25) com as previsões mais recentes para inflação, dólar e crescimento econômico. Amanhã também será conhecido o IGP-M deste mês.

Na safra brasileira de balanços, destaque para os resultados trimestrais dos bancos Itaú (SA:ITUB4), hoje, após o fechamento do pregão local; do Santander (SA:SANB11), na quarta-feira, e do Bradesco (SA:BBDC4), um dia depois, ambos antes da abertura da sessão doméstica. Eletropaulo (SA:ELPL3), B2W (SA:BTOW3), Lojas Americana e Gol (SA:GOLL4) também publicam seus demonstrativos contábeis entre amanhã e quinta-feira.

Na sexta-feira é feriado no Brasil e os mercados domésticos estarão fechados, enquanto os negócios lá fora estarão atentos aos dados de emprego nos EUA neste mês. O chamado payroll tende a confirmar o ritmo robusto na geração de postos de trabalho no país, diante do vigor da atividade.

Ainda assim, o crescimento acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano no terceiro trimestre deste ano não esconde sinais de que as taxas de juros mais altas no país já estão restringindo a demanda. Aliás, já nesta segunda-feira saem os números de setembro sobre a renda pessoal e os gastos com consumo nos EUA (9h30).

Amanhã é a vez do índice de confiança do consumidor norte-americano. Na quinta e sexta-feira, serão conhecidos dados de atividade nos EUA e na zona do euro. Na China, os números sobre o desempenho dos setores industrial e de serviços saem amanhã. Hoje, a Bolsa de Xangai caiu pouco mais de 2%, o que não contaminou as demais bolsas da Ásia.

Hong Kong subiu e Tóquio teve leve baixa. No Ocidente, as principais bolsas europeias iniciaram a sessão com desempenho misto, ao passo que os índices futuros das bolsas de Nova York estão na linha d’água, com um ligeiro viés negativo. O dólar e os juros projetados pelos títulos norte-americanos (Treasuries) estão estáveis, ao passo que o petróleo recua.

Os mercados internacionais caminham para encerrar um mês de perdas brutais, com o índice S&P 500 caminhando para o pior desempenho mensal desde 2009. Entre as moedas, o euro sente a pressão vinda da dívida da Itália e das eleições regionais na Alemanha, enquanto o barril do petróleo WTI é cotado abaixo de US$ 68, em meio aos sinais mistos de oferta.

As ações em todo o mundo perderam quase US$ 8 trilhões em valor de mercado neste mês, na maior retirada de recursos desde o auge da crise financeira, há uma década, em meio às preocupações que com a desaceleração econômica global, a guerra comercial EUA-China e as apostas de mais aumentos dos juros pelo Federal Reserve no próximo ano.

Na contramão deste desempenho estão os ativos brasileiros. O Ibovespa acumula ganhos de mais de 8% em outubro, enquanto o dólar cai quase 10% e o prêmio de risco embutido na curva de juros futuros minguou. Há, portanto, espaço para uma correção nos negócios locais.

Mas esse movimento pode levar algum tempo, com o mercado financeiro doméstico em lua de mel com o próximo presidente, confiando na capacidade de Bolsonaro de vencer a resistência do Congresso e superar os desafios das reformas. Qualquer ajuste negativo, terá início à medida que esse sentimento perder força e o cenário externo piorar de vez.

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Olivia lulla
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