O resultado do julgamento da chapa Dilma-Temer foi um tapa na cara dos brasileiros. Para quem acompanhou, mesmo não tendo nenhum conhecimento de direito, conseguia perceber o quão estapafúrdio eram os argumentos dos “juízes” que invalidaram o uso das provas e depoimentos do pessoal da odebrecht (em minúsculo mesmo, pois não merece a energia de apertar o shift). Depois da absolvição de Temer, o PSDB resolveu continuar no governo, dando sobrevida ao presidente, com o objetivo de salvar Aécio. Um claro abraço dos afogados. Pois o brilho, se é que teve algum dia, do PSDB se apagou faz tempo. Nos últimos anos somente se esforçou em mostrar que é farinha do mesmo saco.
É natural que os políticos com o rabo preso tentem se defender fazendo o que sabem de melhor, falcatruas. Até me chamava a atenção que as manobras até o momento não tinham sido mais fortes. Porém o que aconteceu na última semana acende uma luz amarela de atenção, principalmente ao juntarmos com intenções ventiladas na mídia que agora o governo Temer pretende abrir os cofres federais e gastar para se manter no poder. Em outras palavras o cuidado fiscal pode ser abandonado. E aí vem a possibilidade de aumentar o endividamento público que é o que nos colocou nesta crise econômica. Então precisamos acompanhar os próximos passos e a magnitude das ações para ver se não teremos problemas com as teses de investimento onde o Brasil dá certo no médio prazo.
Dado o recado sobre o Brasil é importante falar da decisão do comitê de política monetária americano, FOMC, do Federal Reserve (banco central americano). Na quarta-feira foi anunciado o aumento da taxa de juros, em 0,25%, ficando agora em 1,25% a.a. Além disso saiu no comunicado que o FED avalia reduzir seu balanço ainda neste ano. Então os trilhões em ativos que foram comprados nos alívios quantitativos pós crise de 2008, QE1, QE2,.... começarão a serem revertidos. Isso também é uma política monetária contracionista, na qual o governo tira dinheiro do mercado e pode impactar na valorização do dólar. Aliás no dia do anúncio houve muita volatilidade nos mercados. De manhã saíram números de inflação nos EUA abaixo do esperado, o que o mercado traduziu como água no chope do aumentos de juros, e o dólar index veio abaixo e o ouro foi para cima. Sem falar no impacto nos outros ativos e moedas. Aí a tarde saiu a informação da redução do balanço e depois na coletiva de imprensa a Janet Yellen do Fed depois mais detalhes fazendo que o mercado mudasse totalmente a mão, com dólar para cima e ouro para baixo.
Esses movimentos do mercado. Mais a possibilidade das bolsas, principalmente americanas, estarem sobrevalorizadas. As vozes alertando para uma nova bolha vem aumentando. E mais o presidente Trump se enrolando. São também algo para estar no radar. Não queremos dar um abraço de afogado, igual aos tucanóides, em ativos que sofrem em mercados em espiral descendente.