A BRF realizou nesta segunda-feira (8) uma reunião com investidores para apresentar o planejamento estratégico da companhia para os próximos anos (2019-2023).
Os principais destaques da apresentação ficaram por conta de que as margens operacionais atuais e baixas deverão ser revertidas apenas no ano de 2019. Além disso, é esperado que a companhia volte a ter lucro somente no ano de 2020. Uma das principais missões do presidente da companhia, Pedro Parente, é a definição de um novo time de executivos da BRF.
E Eu Com Isso?
O novo planejamento anunciado por Pedro Parente não conseguiu animar o mercado e as ações da BRF (SA:BRFS3) fecharam praticamente zeradas (queda de 0,09) na segunda-feira (08), em um dia de forte alta (4,57 por cento) do Ibovespa .
A empresa escolheu uma data não muito conveniente para apresentar o seu planejamento estratégico: um dia após o resultado das eleições (talvez até intencionalmente).
O processo de venda de ativos anunciado por Pedro Parente é o principal catalisador para o preço das ações. Os recursos da venda dos ativos na Argentina, Europa e Tailândia devem totalizar 5 bilhões de reais. No entanto, esses valores somente deverão entrar no caixa da companhia no próximo ano.
O principal objetivo fica com a redução do elevado nível de endividamento da companhia (relação dívida líquida/Ebitda ajustada de 5,7 vezes em junho de 2018). A meta é reduzir o nível de endividamento para o intervalo entre 1,5 e 2,0 vezes no horizonte de cinco anos.
A BRF tem um longo caminho pela frente e a perspectiva é negativa para os resultados do terceiro trimestre de 2018, com pressão de margens e alto nível de endividamento. Contudo, as expectativas do mercado já estão ancoradas para tais números.