Soja americana disponível se torna uma alternativa segura no mercado internacional à espera da produção sul-americana e dá sustentação aos preços em Chicago
A semana na Bolsa de Futuros de Chicago (CBOT) registrou novamente sequencia do movimento de alta nos contratos futuros de soja. Os contratos de vencimentos mais curtos romperam a barreira de 1000 cents e encerraram a semana em alta. O contrato para Novembro/16 fechou a sexta-feira cotado em 1001,2 cents (Valorização semanal de 1,85%). Jan/17 a 1012 (+1,99% semanal) e Nov/17 a 985,6 (+0,87% semanal).
Mesmo que a supersafra de verão nos Estados Unidos venha se confirmando, com a colheita já se aproximando dos 80% dá área plantada, a demanda vem dando sustentação às cotações. Três fatores explicam esta maior procura pelo produto americano neste momento, que já vinha sendo prevista nas análises da Apexsim.
Ainda que o Yuan chinês tenha se desvalorizado em relação ao Dólar nas últimas duas semanas, resultado de uma política cambial por parte do governo do gigante asiático para favorecer os setores exportadores do país, os compradores chineses têm se destacado pelo ritmo de importação da soja americana. Na comparação com o ano anterior, a demanda chinesa está 36% maior desde o início do ano comercial em 01/09. As exportações americanas totais, apresentam variação de 20% no mesmo período.
Os relatos do mercado indicam que este comportamento ainda é resquício dos efeitos que o fenômeno climático El-Niño teve sobre a produção de óleos substitutos ao óleo de soja, principalmente em países do sul da Asia. Aumentando assim a procura pelo produto neste momento para re-estoque.
Outro fator percebido nas negociações no mercado internacional nas últimas sessões é do desejo dos agentes compradores pela redução do risco futuro. Com a safra sul-americana ainda nos estágios iniciais, e não dando indícios de efeitos climáticos negativos, a ponta da demanda prefere pagar um “prêmio" tanto nos contratos spot quanto futuros para garantir o produto americano, de qualidade e quantidade já conhecidos.
Com o encerramento da safra norte-americana, tanto os fatores fundamentalistas quanto técnicos dão um panorama altista para os preços no mês de novembro. Como indica o estudo gráfico desta edição do relatório, a próxima barreira a ser rompida pelas cotações está localizada em 1040 cents. A aproximação do vencimento do contrato de novembro, com a próxima atualização das estimativas agrícolas do Departamento de Agricultura Americano (USDA, na sigla em inglês) deve auxiliar o mercado a atingir estes novos patamares.