Alerta do Balanço de Nvidia: Por que nossa estratégia por IA ainda se posiciona na açãoLeia Mais

Café com Chipre, Rússia, Europa, Brasil e Vietnã

Publicado 25.03.2013, 18:36
CA
-
VALE
-
MAR
-
FED
-
DIDA
-
BCE
-
FAZI
-

A zona do Euro volta ao noticiário com a resolução imposta a Chipre em confiscar uma porção dos depósitos bancários para que possa continuar recebendo linha de crédito do Banco Central Europeu (BCE).

Por pressão (não explicitamente declarada) da Alemanha, o país só receberá outros 10 bilhões de euros se “arrecadar” 5.8 bilhões dos depósitos bancários. O imbróglio piorou com a votação do parlamento contra a medida (na terça-feira dia 19) , ao mesmo tempo em que a Rússia apareceu para intervir – aparentemente mais de 50% do dinheiro nos banco cipriotas são de cidadãos russos...

Os bancos do país não abriram esta semana, e o prognóstico é que isto aconteça terça-feira dia 25. Agora imagine se você tivesse dinheiro em um destes bancos, o que faria? Difícil imaginar que a confiança de investidores seja devolvida, afinal o impacto é menos importante em função do tamanho da economia de Chipre, 18 bilhões de euro, e mais assustador por abrir um precedente para que o mesmo possa acontecer à outros países membros que estão em situação delicada (Espanha, Itália e Portugal).

As bolsas europeias fecharam em baixa entre 1.50% e 3.36%, e nos Estados Unidos ficaram de lado. O Euro, que tinha escorregado durante a semana, recuperou na quinta e na sexta com otimismo de que um acordo ajudará Chipre.

Os principais índices de commodities caíram um pouco, e entre os produtos que mais perderam estão o algodão, o açúcar e a gasolina.

O café em Nova Iorque fez novas mínimas, negociando a US$ 132.05 centavos por libra na quarta-feira, e encerrando a semana US$ 2.91 por saca mais barato. Londres fechou abaixo de US$ 2150 por tonelada, mas a queda não foi brusca, apesar de previsões promissoras para que as chuvas comecem nas regiões produtoras.

A arbitragem entre os dois mercados volta para cima de US$ 40 centavos, depois de ter tocado US$ 35.65 centavos.

No mercado físico o fluxo de Brasil diminuiu com a reposição estreitando. Importante apontar a diferença pequena entre cafés finos e rio, que está apenas em US$ 9 centavos de dólar por libra-peso!!

Outro dado interessante é que (sabe-se lá por que) algum dealer ou exportador andou vendendo café brasileiro a US$ 24 centavos de desconto contra NY – os números não fecham (salvo se o café tem sido carregado e o vendedor resolveu passar os ganhos do spread).

Ainda focando na principal origem, o problema logístico acentuado pela escoação da safra de soja, tem provocado atrasos nos embarques – o que o mercado continua ignorando, assim como também ignora as perdas de produção em função da ferrugem nos cafezais da América Central.

O Conselho Monetário Nacional votará na próxima semana (quinta-feira, dia 28 de março) o aumento do preço mínimo de R$ 261.69 para R$ 340.00 a saca. Na sequência virá pressão para um programa de equalização de preços, além de requerimento de mais dinheiro com prazo esticado para estocagem.

É bom lembrar que a leitura que o mercado faz para o que se desenha no Brasil, não necessariamente ajudará os preços de Nova Iorque. Explico: aumentar preço mínimo, e mesmo estender prazo de pagamentos de dívidas ou de estocagem não faz desaparecer a “oferta” de café, mas apenas dão corda para enforcar quem já está em situação desesperadora – exceção feita, é claro, caso o governo de fato resolva comprar e fazer o café desaparecer nos seus armazéns.

As outras origens do arábica pouco fazem por estarem na entressafra, e os produtores de robusta continuam de olho na normalização do clima no Vietnã – ao mesmo tempo que ouvem declarações oficiais de que a produção já está perdida.

Dois bancos que atuam no mercado de commodities soltaram relatórios com viés mais positivo para os preços do contrato “C”, apontando déficit da produção para a variedade no ano que vem. Vale notar que os bancos não trabalham com os mesmos números de algumas tradings que dizem que a safra vindoura será de pelo menos 52 milhões de sacas, enquanto outras creêm em um número idêntico a 12/13.

O Real brasileiro enfraquecendo, com Nova Iorque não sangrando mais, e os fundos próximos de sua posição recorde vendida, são fatores que podem diminuir um pouco a dor dos produtores brasileiros. A confirmação do banco central americano (FED) de que continuará irrigando o mercado com dólares pode ser outro dado animador. O risco é como reagirão os mercados com a questão de Chipre, e o efeito do contrato da LIFFE com as chuvas chegando na hora certa no Vietnã.

Com a volatilidade implícita negociando nas mínimas de 19 anos (como mencionou John Bernardi), creio que comprar opções parece ser a melhor saída.

Uma ótima semana e muito bons negócios a todos.

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.