Levantamentos do Cepea mostram que alguns talhões do café arábica da nova safra (2025/26) já têm sido colhidos em importantes regiões produtoras da variedade, com as atividades devendo ganhar ritmo a partir da semana que vem. Por enquanto, agentes consultados pelo Centro de Pesquisas calculam que o volume colhido é pouco expressivo, de 1 a 2% do total, a depender das áreas. A produção desta temporada (arábica + robusta) deve superar em ligeiros 2,7% a da safra anterior, somando 55,67 milhões de sacas, conforme estima a Conab. Esse crescimento foi puxado pelo robusta, tendo em vista que o arábica está em ano de bienalidade baixa. Ainda segundo pesquisadores do Cepea, o início da colheita no Brasil, o comportamento do clima e o dólar seguem causando oscilações nos valores futuros negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures) e também nos preços domésticos.
ARROZ: Preço no RS cai quase 25% nesta parcial de 2025
Mesmo diante da crescente disparidade entre os valores ofertados por compradores e pedidos por vendedores, os preços do arroz em casca no Rio Grande do Sul seguem enfraquecidos, conforme apontam levantamentos do Cepea. Desde o início deste ano, a média do casca no RS já caiu 24,4%, operando nos patamares nominais de julho/22. Pesquisadores do Cepea explicam que esse cenário deve limitar e/ou prejudicar a rentabilidade de produtores, influenciando a decisão quanto ao cultivo da nova temporada, no segundo semestre de 2025. Enquanto isso, as importações recuam (o volume de abril ficou abaixo de 100 mil toneladas pela primeira vez neste ano), e as exportações ainda estão lentas – vendas externas aquecidas neste momento poderiam reduzir o excedente interno e dar sustentação aos preços, ainda conforme o Centro de Pesquisas.
ALGODÃO: Vantagem doméstica sobre externa se amplia
Desde o início de 2025, os preços internos do algodão em pluma operam acima da paridade de exportação, apontam levantamentos do Cepea. De acordo com o Centro de Pesquisas, neste começo de maio, os valores da pluma seguem em alta, ao passo que os internacionais estão enfraquecidos. Nesse cenário, a vantagem doméstica sobre a externa tem se ampliado. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, abriu esta semana no maior patamar nominal desde abril/23; a média da parcial deste mês está 13% acima da paridade, sendo a maior vantagem desde fevereiro/23. Pesquisadores do Cepea explicam que o suporte aos valores domésticos vem da limitação do estoque de passagem de algodão em pluma da temporada 2023/24 no Brasil e da posição firme de vendedores. Do lado da demanda, compradores, visando ter matéria-prima até a entrada de produto da nova safra, buscam fechar contratos a termo envolvendo as safras 2024/25 e 2025/26.