Os negócios envolvendo café arábica seguem em ritmo bastante lento no Brasil. De acordo com pesquisadores do Cepea, o alto percentual da safra 2020/21 já negociado (segundo dados levantados junto a colaboradores, cerca de 50 a 60% da produção 2020/21 de arábica foi comercializada até outubro), as atenções voltadas ao clima, visto que as chuvas continuam abaixo do esperado, e o desenvolvimento preocupante da safra têm levado vendedores a postergarem os negócios. ROBUSTA – A liquidez no mercado desta variedade tem sido superior à do arábica, especialmente devido ao dólar valorizado dos últimos meses e à elevação dos preços externos em outubro. No campo, em Rondônia, há problemas no pegamento e na formação dos chumbinhos, dado o clima seco e quente dos últimos meses. No Espírito Santo, por outro lado, o quadro é mais favorável, com melhores condições fisiológicas dos cafezais.
ARROZ: TRANSAÇÕES EXTERNAS SEGUEM INTENSAS; PREÇO SE ENFRAQUECE NO RS
As transações externas envolvendo o arroz seguiram firmes em outubro, com ligeiro recuo das importações e crescimento das exportações. Do lado das compras externas, mesmo com a isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) para países de fora do Mercosul, o bloco ainda tem sido origem de quase todo o volume adquirido pelo Brasil. Em outubro, foram importadas 146,42 mil toneladas de arroz (equivalente casca), de acordo com a Secex, volume 4,8% inferior ao de setembro, mas 36,7% superior ao de outubro/19. As exportações, por sua vez, somaram 153,5 mil toneladas em equivalente casca em outubro, avanço de 96,4% frente ao mês anterior e 87,2% acima da quantidade do mesmo mês de 2019. Já no mercado interno, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, com pagamento à vista, caiu 0,85% entre 30 de outubro e 10 de novembro, fechando a R$ 104,28/saca de 50 kg na terça-feira, 10. Segundo informações do Cepea, compradores seguem resistentes em elevar os preços ofertados, apontando dificuldades de repasse nos mercados atacadistas e varejistas.
ALGODÃO: PARIDADE DE EXPORTAÇÃO RECUA E PREÇO CAI 4% NA PARCIAL DO MÊS
Os valores do algodão em pluma estão em queda em novembro, de acordo com dados do Cepea. Entre 30 de outubro e 10 de novembro, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, recuou 4,12%, para R$ 3,8887/lp nessa terça-feira, 10. Segundo pesquisadores do Cepea, a forte desvalorização do dólar frente ao Real pressionou a paridade de exportação e, consequentemente, as cotações no Brasil – vale lembrar que, nos primeiros dias deste mês, os valores internos chegaram a superar em quase 10% a paridade. Além disso, compradores, atentos a este cenário e também devido às intensas altas em outubro, se afastaram do mercado nos últimos dias, reforçando o atual movimento de queda. Já vendedores estão mais interessados em negociar.