Os preços do café arábica subiram com certa força no mercado brasileiro nos últimos dias, e o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, posto na capital paulista, opera na casa dos R$ 1.200,00/saca de 60 kg desde o dia 11. Nessa terça-feira, 19, especificamente, o Indicador atingiu R$ 1.243,54/saca, nova máxima nominal da série histórica do Cepea, iniciada em 1996, e 1,2% acima do registrado no dia 13. Segundo pesquisadores, o impulso às cotações internas vem sobretudo do avanço dos valores externos da variedade, que, por sua vez, está atrelado a preocupações relacionadas à oferta do grão, reforçadas pela notícia de que produtores da Colômbia estariam deixando de entregar parte do arábica já contratado. Já para o robusta, as cotações domésticas recuaram nos últimos dias, influenciadas pela baixa nos valores externos do grão e pela retração de compradores no Brasil. Segundo colaboradores consultados pelo Cepea, as indústrias de torrefação se afastaram das aquisições devido às recentes altas dos preços da variedade. Além disso, no campo, chuvas voltaram ao Espírito Santo neste mês e vêm auxiliando no pegamento das flores, cenário que cria expectativa de queda nos preços. Nessa terça-feira, 19, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima fechou a R$ 774,87/sc, forte queda de 58,99 Reais por saca (ou de 7,07%) frente ao dia 13.
ARROZ: PREÇO DO CASCA CONTINUA EM QUEDA; DISPONIBILIDADE MUNDIAL DEVE AUMENTAR
As cotações do arroz em casca seguem em queda no mercado spot do Rio Grande do Sul. Segundo colaboradores do Cepea, parte dos agentes está afastada das negociações, aguardando um “realinhamento” entre os valores do arroz em casca e os do beneficiado. Além disso, chuvas em algumas regiões do estado no fim da última semana dificultaram o carregamento dos lotes já comercializados e reduziram o interesse em novas negociações. Assim, entre 13 e 19 de outubro, o Indicador ESALQ/SENAR-RS do arroz 58% grãos inteiros recuou 1%, fechando a R$ 72,52/sc de 50 kg nessa terça-feira, 19. No acumulado parcial deste mês (de 30 de setembro a 19 de outubro), a baixa é de 2,76%. Em termos globais, dados do USDA indicam que a disponibilidade mundial de arroz deve continuar aumentando, com crescimento da produção previsto para a temporada 2021/22. Já no Brasil, a produção pode ser limitada pela menor área destinada ao cereal e pelo atraso da semeadura na temporada atual, devido às recentes precipitações – no Rio Grande do Sul, o maior produtor nacional, as atividades haviam alcançado 36% da área prevista até a semana passada, contra 45,25% no mesmo período do ano passado, segundo o Irga.
ALGODÃO: DEPOIS DE ATINGIR NOVO RECORDE NOMINAL, INDICADOR RECUA
No dia 11 deste mês, o Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma, com pagamento em 8 dias, atingiu pela primeira vez a casa dos R$ 6 por libra-peso, mas, desde então, passou a cair de forma consecutiva – fechando a R$ 5,9520/lp nessa terça-feira, 19, recuo de 0,7% frente ao dia 13. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão veio das quedas dos valores internacionais e da paridade de exportação e também da redução da demanda doméstica. Parte dos vendedores brasileiros segue firme nos preços pedidos, mas alguns chegam a ceder, especialmente os que precisam fazer caixa. Indústrias ativas, por sua vez, preocupadas com o repasse dos preços da matéria-prima, ofertam valores ainda menores. No entanto, apesar das recentes quedas, o Indicador ainda registra alta de 5% na parcial de outubro (até o dia 19). Além disso, a média mensal, de R$ 5,9012/lp, é recorde nominal, e em termos reais, a maior desde abril/11 (R$ 8,2360/lp) – valores deflacionados pelo IGP-DI de set/21.