Os preços do café encerraram junho em alta no mercado spot nacional. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio dos aumentos externos e da desvalorização do Real juntamente ao aperto mundial de oferta. Para o robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, encerrou o dia 24 de junho a R$ 1.250,67/saca de 60 kg, o maior valor da série histórica do Cepea, iniciada em 2001, em termos reais. A média mensal da variedade foi de R$ 1.214,21/sc de 60 kg, também recorde real da série do Cepea e significativo avanço de 20,6% em relação à de maio/24. Quanto ao arábica, no acumulado de junho, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, subiu 84,74 Reais/saca (ou 6,6%). A média mensal foi de R$ 1.349,21/sc, quase 15% acima da de maio/24 e a maior desde fevereiro/22, em termos reais (as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI de maio/24).
ARROZ: DEMANDA EXTERNA SUSTENTA COTAÇÕES NO BR
O mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul encerrou junho com preços firmes, apesar do ritmo lento de negócios em meio ao cenário de incertezas. Segundo pesquisadores do Cepea, o suporte veio sobretudo da demanda internacional aquecida, tendo em vista que as exportações continuam mais atrativas que as vendas internas. Por outro lado, as menores saídas de arroz beneficiado para grandes centros consumidores nacionais limitaram a liquidez e os aumentos nos valores da matéria-prima no final do último mês, ainda conforme pesquisas do Cepea. De modo geral, vendedores mantiveram suas propostas firmes, devido aos altos custos estimados. Além disso, as significativas perdas agrícolas causadas pelo El Niño levaram produtores a buscar maior valorização do casca. Do lado da demanda, pesquisas do Cepea apontam que muitos agentes optaram por trabalhar apenas com os volumes já estocados. Algumas indústrias adiaram suas compras, aguardando a chegada de navios com cereal importado, conforme explicam pesquisadores do Cepea.
ALGODÃO: INDICADOR REAGE EM JUNHO
Após cair por três meses seguidos, o preço do algodão em pluma reagiu em junho. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio da posição firme vendedora e da maior procura, mesmo que pontual. No acumulado do mês, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu 1,72%, fechando a R$ 3,9697/lp no dia 28. A média mensal foi de R$ 3,9317/lp em junho, superando em 1,94% a de maio/24, mas 3,29% abaixo da de junho/23, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de maio/24). Pesquisadores do Cepea explicam que a disponibilidade de pluma no spot ainda é restrita diante do encerramento da temporada 2022/23 e da chegada pontual de algodão da nova safra 2023/24. Do lado da demanda, alguns compradores buscam por novos lotes e chegam, inclusive, a ofertar valores superiores na tentativa de atrair vendedores. Outras indústrias estão abastecidas e/ou tentam adquirir a preços inferiores, ainda conforme pesquisadores do Cepea. Comerciantes, por sua vez, realizam negócios “casados” e/ou compram a pluma para atender aos contratos firmados anteriormente.