As exportações de café da atual temporada vêm sendo limitadas pela combinação dos seguintes fatores: preços internos mais atrativos que os externos e pela quebra na produção nacional da safra 2022/23, prejudicada pelo clima desfavorável (geada e chuvas). Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), na parcial da safra 2022/23 (de julho/22 a fevereiro/23), os embarques somam 24,6 milhões de sacas de café, queda de 7,8% frente aos 26,7 milhões de sacas do mesmo período de 2021/22. As vendas do grão remanescente no mercado spot nacional também estão lentas. Agentes consultados pelo Cepea indicam que produtores visam negociar apenas em momentos de alta nas cotações e em períodos de intensa necessidade de caixa.
ARROZ: EXPORTAÇÕES ESTÃO FIRMES; OFERTA DOMÉSTICA PODE SEGUIR LIMITADA
Neste ano, as exportações de arroz, que estão firmes, devem seguir influenciando os valores domésticos do cereal. Segundo pesquisadores do Cepea, a demanda interna e, sobretudo, a tendência de redução da oferta no campo também devem ser importantes fundamentos para o comportamento do preço no mercado brasileiro em 2023. Os embarques mensais de arroz, considerando-se o produto em base casca, estão acima de 100 mil toneladas desde junho de 2022 – dados da Secex. MERCADO INTERNO – O Indicador CEPEA/IRGA-RS, 58% de grãos inteiros (média ponderada), esteve na casa dos R$ 85,00/saca de 50 kg nos últimos dias. Produtores estão firmes, demandando que o preço nas principais regiões produtoras do cereal no Rio Grande do Sul esteja alinhado, pelo menos, à paridade de exportação.
ALGODÃO: APESAR DE ENFRAQUECIDO, PREÇO INTERNO REMUNERA MAIS QUE O PARA EXPORTAÇÃO
Os valores da pluma estão enfraquecidos no mercado doméstico, de acordo com dados do Cepea. A paridade de exportação, por sua vez, tem sido sustentada pela valorização do dólar. Apesar desse cenário, as cotações domésticas do algodão ainda remuneram mais que as para exportação. Assim, negociar o algodão internamente tem sido mais atrativo do que exportar.