O mês de setembro foi marcado pela liquidez bastante limitada no mercado cafeeiro nacional. Esse cenário esteve atrelado à redução significativa nos preços dos cafés ao longo do período, observada principalmente para o arábica. Diante desse cenário, os valores de negociação foram considerados insatisfatórios pelos produtores, que acabaram se afastando do spot nacional, mantendo o ritmo de comercialização bem lento. No encerramento de setembro (dia 29), o Indicador do CEPEA/ESALQ do café arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 779,90 por saca de 60 kg, o menor patamar real desde 13 de abril de 2021 (os valores foram deflacionados pelo IGPDI de agosto de 2023). A média de setembro foi de R$ 810,91/saca, redução de 1,9% frente à de agosto/23 e 33,7% menor que a de setembro/22, em termos reais.
Quanto ao robusta, a média mensal do Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, foi de R$ 647,65/sc, baixas de 0,85% em relação à de agosto/23 e de 8% frente à de setembro/22, também em termos reais. Há uma forte preocupação por parte dos agentes do setor em relação às negociações nos próximos meses. Produtores estão à espera de uma recuperação nos preços para, então, voltar a realizar negócios envolvendo volumes maiores. Ressalta-se, contudo, que as recentes chuvas mais constantes em regiões produtoras brasileiras têm favorecido a produção da temporada 2024/25, o que mantém os preços pressionados.
Quanto ao próximo ciclo produtivo, ainda há incertezas sobre o volume a ser colhido. A safra 2024/25 será de bienalidade positiva, e, a princípio, agentes esperam que a produção supere a da temporada atual (2023/24). No entanto, a forte onda de calor na última quinzena de setembro no Brasil em regiões produtoras ainda pode resultar em impactos negativos, já que a maior parte dos cafezais está em período de floradas, as quais devem ditar a proporção do próximo ciclo. Após o calor intenso, chegando em até 42ºC em algumas regiões (segundo registros da Climatempo), uma massa de ar polar atingiu o País no encerramento de setembro, trazendo um certo volume de chuvas. Esse cenário mais úmido deve permanecer durante toda a primeira quinzena de outubro, o que pode amenizar a ação desfavorável do calor intenso registrado em setembro.