A redução significativa nos preços dos cafés ao longo de setembro limitou bastante a liquidez no mercado nacional. Segundo colaboradores do Cepea, os valores de negociação foram considerados insatisfatórios pelos produtores, que acabaram se afastando do spot nacional e mantendo o ritmo de comercialização bem lento. A média mensal do Indicador do CEPEA/ESALQ do café arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, foi de R$ 810,91/saca, redução de 1,9% frente à de agosto/23 e 33,7% menor que a de setembro/22, em termos reais. Quanto ao robusta, a média mensal do Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, foi de R$ 647,65/sc, baixas de 0,85% em relação à de agosto/23 e de 8% frente à de setembro/22, também em termos reais. Para os próximos meses, há uma forte preocupação por parte dos agentes do setor em relação às negociações. Produtores estão à espera de uma recuperação nos preços para, então, voltar a realizar negócios envolvendo volumes maiores.
ARROZ: ALTA DO DÓLAR ELEVA EXPECTATIVA DE AGENTES
Com o dólar em altos patamares – na casa dos R$ 5,00, o que não era observado desde 1º de junho deste ano –, agentes consultados pelo Cepea estão na expectativa de preços mais elevados para as próximas semanas. Esse cenário se deve ao estímulo da demanda internacional pelo arroz brasileiro. Assim, os compradores domésticos que precisam reabastecer seus estoques aumentaram os valores ofertados nos últimos dias, com o objetivo de competir de forma mais eficaz com o mercado global. CAMPO – Após as intensas chuvas no Rio Grande do Sul, o tempo está mais firme em grande parte das áreas produtoras de arroz em casca. Com a previsão de clima mais favorável nos próximos dias, agricultores estão se preparando para retomar os trabalhos de preparação do solo para o plantio.
ALGODÃO: SUPORTE EXTERNO SUSTENTA PREÇOS NO BR
Com o suporte das valorizações internacionais, do bom ritmo das exportações e de agentes focados no cumprimento de contratos a termo aos mercados doméstico e externo, os valores internos do algodão em pluma avançaram ao longo de setembro. De acordo com dados do Cepea, esse cenário manteve vendedores firmes em suas pedidas, ao mesmo tempo que algumas tradings precisaram elevar seus preços para comprar novos lotes, principalmente nos últimos dias do mês. Entre 31 de agosto e 29 de setembro, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, avançou 0,65%, fechando a R$ 4,0738/lp no dia 29 – trata-se do quarto mês consecutivo de alta. Do lado da demanda, parte das indústrias segue ativa, devido à necessidade imediata e/ou para repor estoques. Além do desacordo quanto à qualidade dos lotes disponibilizados, outros compradores seguem pressionando os valores de negociação e limitando a liquidez.