Calendário Econômico: Semana importante das tarifas de Trump com IPCA no Brasil
Os preços do café vêm sendo influenciados por incertezas quanto aos impactos das tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos sobre o mercado global. Segundo pesquisadores do Cepea, esse contexto tem afastado agentes de mercados de maior risco, refletindo no câmbio e pressionando os valores do grão nas Bolsas. Além disso, a proximidade da colheita de robusta no Brasil reforça a pressão sobre as cotações. Só nos primeiros sete dias de abril, o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, caiu 360,59 Reais/saca de 60 kg (ou 7,7%), iniciando a semana à média de R$ 1.586,38/saca de 60 kg, o menor valor desde 18 de novembro de 2024. De modo geral, no caso do robusta, as tarifas norte-americanas podem trazer alguma vantagem competitiva ao setor brasileiro, conforme avaliam pesquisadores do Cepea. Isso porque, para o Brasil, a tarifa de exportação aos EUA passa a ser de 10%, enquanto importantes países concorrentes dessa variedade receberam taxações bem mais elevadas, de 46% no caso do Vietnã e de 32% para a Indonésia.
ARROZ: Preço doméstico fica abaixo da paridade de exportação em mar/25
Levantamento do Cepea mostra que, em março, a média do Indicador do arroz em casca CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros e pagamento à vista) foi de R$ 82,21/saca de 50 kg, queda de 14,09% em relação à do mês anterior. Assim, o Indicador ficou 14,54 Reais/saca abaixo do preço médio das exportações e 5,81 Reais/saca inferior ao valor médio das importações. De acordo com dados da Secex analisados pelo Cepea, foram embarcadas 134,67 mil toneladas do cereal em março, volume 171% superior ao de fevereiro/25. Exportadores nacionais receberam em média US$ 336,96/tonelada, o equivalente a R$ 96,75/saca de 50 kg FOB (Free On Board) pelo produto no porto de embarque – chama a atenção a forte depreciação de 23,07% de fevereiro/25 para março/25 no valor pago pelo produto brasileiro. A média do dólar foi de R$ 5,74 em março. Em relação às importações, foram 105,54 mil toneladas de arroz (em base casca) adquiridas no último mês, 25,29% abaixo das de fevereiro/25. O valor médio FOB (Free On Board) origem do arroz importado foi de US$ 306,53/t, ou de R$ 88,02/sc de 50 kg, queda de 6,36% também no comparativo mensal, conforme números da Secex. Com os embarques superando as compras, houve superávit de 29,13 mil toneladas na balança comercial do arroz em março/25, o que não era verificado desde dezembro/24, ainda conforme análise do Cepea.
ALGODÃO: Tensões comerciais e tarifárias reforçam lentidão no físico
O mercado físico de algodão em pluma segue em ritmo lento, reforçado pelas tensões comerciais, especialmente entre Estados Unidos e China, que vêm gerando incertezas e oscilações nos preços futuros. No Brasil, levantamentos do Cepea mostram que a disparidade de valores e/ou qualidade dos lotes continua limitando a comercialização na entressafra, com as médias ainda oscilando em um pequeno intervalo. Conforme o Centro de Pesquisas, compradores se mantêm retraídos, mostrando interesse em adquirir o produto apenas para reposição de estoques, enquanto vendedores seguem firmes em suas ofertas, focados no cumprimento de contratos a termo. Quanto às exportações brasileiras de algodão em pluma, dados da Secex analisados pelo Cepea apontam que, em março, foram embarcadas 239,06 mil toneladas, volume 13% inferior ao de fevereiro/25 e 5,4% menor que o de um ano atrás.