O mercado acionário mundial em outubro teve o melhor desempenho mensal dos últimos quatro anos, com o destaque para as altas do DAX (Alemanha) de 12.32%, do Nikkei (Japão) de 9.75% e dos três principais índices americanos, que subiram entre 8% e 9%.
A reunião do FOMC nesta semana mudou levemente as apostas dos investidores para um ajuste nos juros em dezembro, muito embora a maior parte dos participantes creia que um aumento só ocorra no próximo ano.
O CRB teve um movimento de alta ajudado pelos ganhos do trigo, das commodities energéticas, do cacau e do café em Nova Iorque.
O arábica depois de diversas quedas encontrou suporte acima da mínima de setembro, recuperando um pouco mais de US$ 4 centavos por libra do patamar mais baixo da semana. Conforme mostrou o relatório do CFTC os comerciais aproveitaram, até a última terça-feira, para comprar o que os fundos estavam vendendo.
O volume de chuvas que caiu nas regiões produtoras do Brasil foi suficiente, segundo uma maioria, para não permitir com que as lavouras abortassem a florada de setembro. O otimismo, curiosamente, é maior entre os brasileiros do que entre os estrangeiros.
Por outro lado poucos discordam da situação crítica do conilon, tendo a seca já provocado perdas. O robusta da Indonésia também preocupa, justamente quando o país tinha um potencial de uma produção maior.
Como reflexo disto Londres tem estado mais estável e a arbitragem contra Nova Iorque sinaliza um potencial de estreitamento menor. O spread entre os contratos de novembro e janeiro sente o peso da composição e localização dos certificados, distanciando um eventual interesse de compra/recebimento.
As negociações do físico no Brasil estancaram, dando folego a exportadores para receber os cafés que compraram nas últimas semanas. Nas outras origens o fluxo também foi fraco, tanto em função do preço mais baixo como da disponibilidade que ainda não está grande.
Os diferenciais para praticamente todas as qualidade nominalmente firmaram, com alguns negócios pontuais sendo fechados mais próximos dos pedidos dos vendedores do que dos níveis que os compradores gostariam de estar pagando.
As cotações do terminal podem entrar em um período enfadonho de intervalos de preços mais estreitos, dado que neste momento os baixistas ficam menos animados de vender nos atuais patamares, enquanto os altistas tem receio dos fundos colocarem um volume grande de vendas nos seus livros.
A abertura da segunda florada que tem sido comentada no café não deve impactar os preços, mas as notícias e previsões climáticas vão continuar sendo seguidas de próximo para justificar uma tomada grande de posição, para qualquer lado que seja.
Uma quebra do nível de US$ 116.80 centavos pode acelerar a venda dos especuladores, enquanto para cima stops devem ser encontrados a partir de US$ 122.30 centavos.
Uma excelente semana e muito bons negócios a todos,
Rodrigo Costa