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Cheiro de Enxofre no Ar

Publicado 13.05.2013, 12:14
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O mercado futuro de açúcar encerrou a semana com variação pequena de baixa no primeiro mês de vencimento, julho/2013, cotado a 17,43 centavos de dólar por libra-peso, 10 pontos abaixo do fechamento da semana anterior. Os demais meses de negociação, de outubro de 2013 até março de 2016, fecharam em queda de menos de 2 dólar por tonelada.

NY teve mais uma daquelas semanas aborrecidas e sem novidades. Nos últimos 30 dias o mercado oscilou apenas 102 pontos. Parece que está se guardando para a Semana do Açúcar que ocorre a partir da segunda-feira, dia 13, aqui em NY, com vários coquetéis, almoços, jantares, seminários, onde altistas e baixistas se encontram e confraternizam-se em agradável colóquio regado de etanol. Vamos ver o que nos espera. Um spread recomendado para a semana é comprar Engov e vender açúcar.

Apesar da anemia do físico e das pequenas oscilações ao longo das últimas semanas (desde novembro de 2012 que o mercado não tem uma oscilação em 20 dias maior do que 10% da média de fechamento do período), têm um cheiro de enxofre no ar. O mercado está ensaiando uma chacoalhada forte para alguma direção. Iremos para baixo de 17 ou acima de 19 centavos de dólar por libra-peso?

Desde o último Sugar Dinner em NY, em maio do ano passado, o vencimento julho/2013 que negociava a 21,77 centavos de dólar por libra-peso despencou 20%. O outubro/2013 que encerrava a semana em 21,97 centavos de dólar por libra-peso derreteu 19%. E o maio/2015, que naquela ocasião era o último mês negociado pela bolsa, caiu 10%, de 21,90 para 19,62 centavos de dólar por libra-peso. Que ano hein?!

Comentamos aqui há umas 5-6 semanas que o custo e carrego de alguns spreads mostravam uma taxa bem acima do que custa em média para o mercado carregar o açúcar ou qualquer commodity. Geralmente, quando existe essa discrepância de custos os arbitradores tenderiam a comprar o mês que está mais barato e vender o que está mais caro para fazer o que eles saber melhor, arbitrar. Ocorre que o spread outubro/2013 – março/2014 apresenta um retorno de 12,8%, bastante elevado.

Se alguém se dispusesse a receber um açúcar em outubro por 17,79 centavos de dólar por libra-peso e o entregasse em março de 2014, recebendo 18,70 centavos de dólar por libra-peso, certamente teria um custo de carregamento menor do que a bolsa exibe e embolsaria a diferença entre o spread e o custo. Essa distorção reflete o temor de mais açúcar disponível no período de outubro/2013. Mas será que isso vai se concretizar? Parece ser uma boa aposta a compra do spread. Isso vale também para o spread julho/outubro que estava sinalizando 10,5% ao ano há 5-6 semanas e agora está 8,4%. Quem apostou, ganhou alguns trocados.

Com todo o vai-e-vem na semana, os fundos reduziram suas posições em 12.000 contratos, estando agora vendidos “apenas” 88.000 contratos (4,5 milhões de toneladas). Ao liquidarem essa parcela da posição vendida a descoberto, elevaram o mercado até 17,90 centavos de dólar por libra-peso para depois mergulharem novamente numa baixa de 17,38 centavos de dólar por libra-peso. As usinas continuam aproveitando as altas e fixando seus preços.

O preço médio da curva de NY para os vencimentos que coincidem com a safra 2014/2015, ou seja, maio, julho e outubro de 2014 e março de 2015, fecharam na média a 19,19 centavos de dólar por libra-peso. Na hipótese de se conseguir fazer o hedge cambial para essas posições, o valor liquido a ser apurado equivalente hoje, seria de R$ 41,24 por saca posto usina. Compare isso com o custo de produção hoje, estimado pelo modelo da Archer Consulting em R$ 33,6348 por saca na usina e estamos falando que o ano que vem certamente deverá ser um ano melhor do que este.

O contrato de etanol hidratado na BM&F Bovespa está praticamente em linha com os preços praticados no mercado à vista. Apesar dos incentivos aparentes do governo, o preço do hidratado tem caído embora ainda seja negociado com prêmio sobre o açúcar de exportação VHP em torno de 60 pontos sobre NY.

A 8ª estimativa da Archer Consulting indica que pelo nosso modelo, até o dia 1º de maio de 2013, as usinas estavam fixadas 14,94 milhões de toneladas ao preço médio de 18,98 centavos de dólar por libra-peso. Se estimarmos que o Brasil (não apenas o Centro Sul) deve exportar em torno de 26 milhões de toneladas isso quer dizer que 57,46% das vendas para a safra 2013/2014 estão fixadas.

A 3ª estimativa da safra 2013/2014, divulgada dia 2 de maio para os clientes da Archer Consulting mostra uma produção de cana de 580,32 milhões de toneladas, sendo 35,604 milhões de toneladas de açúcar e 24,693 bilhões de litros de etanol. Reduzimos a disponibilidade de açúcar em 800 mil toneladas e a de etanol em apenas 54 milhões de litros, em função de mudança no mix favorável ao etanol e também devido a redução da disponibilidade de cana em mais de 4,5 milhões de toneladas e também num menor rendimento do que anteriormente utilizado.

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