Pior situação das contas públicas dos últimos 15 anos (pelo menos), falta de crescimento, inflação atrapalhando, excesso de intervenção do governo...
Você certamente ouviu sobre essas mazelas. Talvez esteja cansado de falar nelas.
Então onde estão os prós da nossa política econômica?
Bom, podemos nos gabar de ter um dos sistemas financeiros mais sólidos do mundo...
Podemos, mas poderemos?
Com a faca no pescoço
Os ministros do STF se preparam para julgar a punição de R$ 150 bilhões para os bancos por conta da correção de poupança dos Planos Bresser, Verão e Collor. Se vier uma penalização próxima a isso, certamente detonaria com o nosso sistema financeiro.
Não acho que venha (desse tamanho), as consequências seriam catastróficas, mas não coloco a minha mão no fogo.
Há muita coisa em jogo, obviamente. Banco Central de um lado, Suprema Corte de outro. Segundo cálculos do Bacen, o impacto de uma cobrança desse montante sobre a concessão de crédito seria negativa em cerca de R$ 1 trilhão.
Como é um assunto delicado, talvez mais político do que técnico, a visibilidade quanto aos potenciais desfechos é baixíssima.
A questão, que ia a julgamento na próxima quarta-feira, deve ser adiada para o início de 2014, segundo informações do Estado de S. Paulo.
De uma forma ou de outra, temos um baita de um bode na sala.
Dále Seguridade!
Hoje o BB anunciou um projeto interessante com os Correios. A ideia é aproveitar a enorme capilaridade das agências dos Correios, espalhadas pelo Brasil inteiro, para vender seguros - dále BB Seguridade (BBSE3)!
O evento soa positivo também para o banco, mas é insuficiente.
Lembra que uma semana atrás eu anunciei no M5M PRO o encerramento da recomendação às ações do Banco do Brasil (BBAS3), citando a trolha de quase R$ 500 milhões do Votorantim/OSX que será reconhecida nos próximos resultados, além dos riscos de desaceleração do crédito e eleições?
Isso foi antes do processão de correção da poupança. No caso de derrota nesta esfera, o maior impacto cairia sobre BB e Caixa.
E a Selic?
Não faltará emoção à sua quarta-feira. Mesmo que o processo dos bancos seja realmente adiado, ainda teremos o jogo da Ponte e o resultado da reunião do Copom.
O último Copom do ano deve marcar a volta da taxa básica de juro brasileira para os dois dígitos: dessa vez estou com o consenso de um aumento de 0,5 p.p. nesta semana, com a Selic terminando o ano a 10%.
Os bancos não ganham com isso?
Se é consenso, está no preço. A grande questão fica para 2014: se a Selic pode vir ou não acima de 10,5%.
É bem difícil vir (ano eleitoral), mas se tiver uma assimetria, é para cima.
Como ganhar com isso?
Aqui, valem as recomendações óbvias.
Esqueça títulos públicos pré-fixados, foque em LFTs e NTN-Bs (para carregar, não para trade) na renda fixa.
Vai buscar exposição a bancos neste contexto? Fique com Itaú Unibanco (ITUB4), que opera os maiores spreads e vem apresentando o melhor prognóstico de resultados.
Procura uma opção fora da caixa, que ainda não reflete isso nos preços? Vá de Grendene (GRND3), que opera com desconto para as demais ações de consumo e ganha com o juro maior por estar sentada em uma posição de caixa líquido (de dívida) de R$ 740 milhões. Ação caindo bem nos últimos dias e dando oportunidade de compra.
Oportunidade (de arbitragem) nos FIIs
Quem sempre apanha quando a Selic sobe são os fundos imobiliários.
Se há a opção de um retorno próximo de 10% na renda fixa, risco baixíssimo, isso rouba atratividade de uma série de fundos imobiliários que oferecem rentabilidade anual via dividendos próximo disso.
Mas é aquele negócio: o mercado de fundos imobiliários já incorpora boa parte desse prognóstico (lembra da ideia de comprar ao som dos canhões?), os yields sobem com a queda no valor das cotas, e os FIIs não oferecem somente o retorno do yield, mas também da possibilidade de valorização das cotas.
A oportunidade: estamos preparando um material especial sobre os melhores fundos imobiliários para você comprar visando a mudança na Selic. Será publicado na quarta-feira, dia do resultado da reunião do Copom. Quem assinar hoje leva, além do material da Selic na quarta, a edição desta segunda-feira sobre os reflexos do negócio da BR Properties aos demais fundos imobiliários de logística listados. Um deles acaba saindo de graça.
Onde comprar petróleo no Brasil
Hoje o humor dos mercados melhora com o acordo nuclear entre Irã e EUA. Ainda assim, a boa notícia para os mercados globais rende baixa pouco expressiva nos preços do petróleo.
Portanto, fica a impressão de uma referência favorável para o ouro negro: de menor volatilidade nos preços, mas sem grande pressão baixista com a redução da possibilidade de conflito envolvendo a região produtora.
A dúvida é: tirando Queiroz Galvão, como se expor à dinâmica de petróleo na Bolsa brasileira?
Via Lupatech, OGX e HRT? Ou Petrobras, que ainda perde quando o petróleo ganha?
É melhor você perguntar lá no posto Ipiranga.
Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.