Nas últimas semanas, um tema tem sido dominado pela discussão econômica: o dólar. A moeda americana, que já vinha sendo pressionada no Brasil, disparou mais uma vez e tem deixado a população preocupada.
De janeiro de 2024 a janeiro de 2025, a disparada em relação ao real foi de cerca de 26%, saindo de R$4,82 para R$6,10.
E, ao analisarmos os últimos cinco anos, a alta acumulada chega a aproximadamente 50%.
Apesar de muita gente não compreender como o câmbio afeta a vida das pessoas no dia a dia, quando há uma disparada como a que vimos recentemente, os problemas começam a aparecer.
Isso porque grande parte dos insumos utilizados pela indústria e dos produtos comercializados no varejo têm seus preços atrelados ao dólar em algum ponto da cadeia produtiva.
Esses aumentos podem ocorrer tanto de forma direta quanto indireta, especialmente por meio dos combustíveis, que tendem a ter seus preços elevados pela pressão cambial.
Não cabe discutir neste espaço os motivos que nos trouxeram até este ponto, mas, do ponto de vista dos investidores, que são o nosso foco, o momento exige cautela.
Com projeções apontando a Selic em 15%, os ativos de risco sofrem com a alta volatilidade dos mercados.
Nesse cenário, Alexandre Cancherini, sócio da Galapagos Capital, nos contou um pouco da sua visão sobre como os investidores devem alocar seus recursos de forma estratégica neste momento.
Para ele, um cenário econômico cheio de incertezas exige análises cuidadosas para identificar oportunidades e proteger o patrimônio.
Alexandre destaca a importância de estratégias bem fundamentadas para atravessar períodos de volatilidade e alcançar crescimento no longo prazo.
“Com juros altos e inflação persistente, a renda fixa ganha protagonismo. Recomendamos maior alocação em instrumentos atrelados à inflação e aos títulos pós-fixados, que possibilitem retornos no longo prazo e ofereçam resiliência no cenário atual”, explicou.
Ele também destacou os fundamentos das empresas em períodos de crise.
“Mesmo em cenários incertos, empresas com fundamentos sólidos podem gerar retornos atrativos no longo prazo, mantendo uma renda variável como uma classe importante para horizontes mais extensos”, disse.
E, por fim, Alexandre falou sobre alternativas complementares para os investidores.
“Investimentos alternativos e diversificação são fundamentais. Private Equity, criptomoedas e ouro se destacam como opções complementares, oferecendo proteção e oportunidades únicas em momentos de alta volatilidade”, finalizou.
Até o próximo artigo e um ótimo 2025!