Publicado originalmente em inglês em 19/05/2021
Algumas das maiores instituições financeiras do mundo estão registrando uma forte recuperação após lidar com os profundos impactos da pandemia de Covid-19.
Os bancos americanos superaram, por larga margem, o desempenho do índice S&P 500 neste ano. Os investidores estão otimistas com essas instituições, na crença de que o pior já passou e que a reabertura econômica impulsionará a expansão das suas receitas.
O Índice Bancário KBW saltou certa de 40% até agora em 2021, liderado por JPMorgan Chase (NYSE:JPM) (SA:JPMC34), Goldman Sachs (NYSE:GS) (SA:GSGI34) e Bank of America (NYSE:BAC) (SA:BOAC34). No mesmo período, o S&P 500 valorizou-se apenas 10%.
Após essa impressionante performance, muitos investidores acreditam que já perderam o bonde do setor financeiro.
Essa observação pode ser verdadeira para algumas instituições, mas o cenário macro parece bastante favorável para os grandes bancos que diversificaram suas fontes de receita e estão bem posicionados para se beneficiar tanto de ambientes de juros baixos quanto altos.
Um dos principais fatores capazes de impulsionar seus resultados nos próximos meses é a demanda reprimida por crédito, que foi esmagada durante a pandemia. Desde instituições individuais até grandes corporações, o ano de 2020 foi caracterizado por menores planos de gastos, já que os lockdowns forçaram os mutuários a preservar caixa e cortar custos.
Essa situação não deve persistir se a economia americana se reabrir totalmente, como planejado neste ano. Em conjunto com os massivos gastos governamentais em infraestrutura e uma redução gradual do estímulo monetário, os bancos podem ver uma aceleração na demanda por crédito durante o resto de 2021.
Superando expectativas
Além da crescente demanda de crédito, a forte atividade nos mercados de capitais – desde maiores volumes de trading até grandes acordos de fusões e aquisições e ofertas de ações – continuarão ganhando vigor.
O JPMorgan e o Goldman Sachs, por exemplo, mostraram de forma consistente, durante a pandemia, que podem se adaptar a qualquer condição econômica e de mercado, sempre buscando superar as expectativas. No ano passado, quando houve uma depressão substancial da atividade econômica, essas instituições se aproveitaram da volatilidade dos mercados financeiros para ganhar dinheiro através das suas unidades de investimento.
Para aumentar esse otimismo, a aceleração da inflação sinaliza que o Federal Reserve será forçado a elevar os juros de forma precoce, a fim de conter as altas de preços. Os juros maiores permitem que os bancos cobrem mais dos mutuários, elevando as margens sobre produtos como cartões de crédito e hipotecas.
Mesmo com o forte desempenho deste ano, as ações bancárias ainda são atraentes se comparadas com o mercado mais amplo. Os bancos são negociados com múltiplos ao redor de 13 vezes seus resultados esperados para 2022, enquanto o S&P 500 é negociado a 22 vezes suas expectativas de resultados, diferencial maior que a média histórica.
De acordo com analistas do Deutsche Bank citados em uma matéria do Wall Street Journal, o mercado ainda não precificou a potencial força econômica para 2023 e 2024, capaz de alçar ainda mais os resultados dos bancos e gerar valorizações de 25-50% nos preços das suas ações durante esse período.
Conclusão
O cenário econômico ainda é favorável para o crescimento dos resultados dos bancos neste ano, tornando suas ações atraentes mesmo após uma poderosa corrida de alta.
Os investidores que querem ter alguma exposição ao setor bancário podem considerar nomes sólidos como JPM, Goldman Sachs e Bank of America para inserir em suas carteiras. Graças à diversificação dos seus modelos de negócios, essas instituições de renome estão em melhores condições de superar players regionais menores.