Mais um mês encerrado e o último mês do primeiro semestre de 2024 chegou. O nosso IFIX fechou o mês de maio com uma alta bastante sútil, de 0,02% em relação ao mês de abril, atingindo assim o patamar de 3382 pontos. Essa performance lateralizada se deve aos mesmos motivos do mês anterior: as taxas no Tesouro IPCA ainda estão bastante elevadas (acima do patamar de IPCA +6%), as guerras ainda estão em curso, o cenário doméstico segue bastante incerto sobre as questões fiscais e temos também a incerteza sobre a redução dos juros lá nos EUA. Ou seja, tudo ainda bastante caótico.
No gráfico acima é possível ver a evolução das taxas do Tesouro IPCA+ 2035 e vê-se que as taxas reais ficaram durante todo mês de maio acima de 6%.
E aí entra um ponto que é muito pertinente de comentar: não é porque os fundos estão desvalorizando no mercado que necessariamente eles estão com fundamentos ruins. O investidor precisa buscar as informações no relatório gerencial antes de tomar qualquer decisão. E apesar da performance de lado do IFIX, os FIIs estão bem ativos, principalmente em termos de emissões de novas cotas e aquisição de novas participações.
No mês de maio tivemos o período de subscrição do ALZR11 (BVMF:ALZR11), fundo híbrido da Alianza e que possui objetivo de captar R$ 371 milhões. Essa é uma oferta que ainda está ocorrendo, por isso, não temos maiores informações sobre a captação por parte do fundo. Agora, o que já é possível falar sobre o ALZR11 é que ele anunciou a compra de 6 participações, 4 imóveis de renda urbana que estarão alugados para o Assaí (BVMF:ASAI3) e para a Oba Hortifruti e 2 galpões, sendo 1 locado para a Oba e outro em construção e que será locado para o Mercado Livre (NASDAQ:MELI).
Outro fundo que anunciou aquisição de imóvel foi o BRCO11 (BVMF:BRCO11), fundo de galpões logísticos da Bresco e que vai desembolsar R$ 271 milhões por dois imóveis. Com a compra, o fundo passará a ter 12 imóveis no seu portfolio. Outro fundo que anunciou compra de propriedades foi o RZTR11 (BVMF:RZTR11), FII agrícola da Riza Asset e que vai desembolsar R$ 90 milhões por dois imóveis lá no Paraná.
Na parte das emissões, além do ALZR11, o HSML11 (BVMF:HSML11) anunciou a sua quarta emissão e o objetivo é de captar cerca de R$ 200 milhões com essa oferta, Outro gigante que anunciou emissão foi o TGAR11 (BVMF:TGAR11), fundo de desenvolvimento da TG e que tem o objetivo de captar cerca de R$ 600 milhões. Essa oferta do TGAR11 é aberta ao público geral e o prospecto da emissão mostra uma tabela de pipeline de ativos previstos de serem investidos pelo fundo. No mês de maio também tivemos o anúncio de emissão do XPLG11 (BVMF:XPLG11), que está com objetivo de captar R$ 280 milhões numa oferta voltada para investidores profissionais.
Ou seja, é possível ver que apesar a performance travada do IFIX, os fundos imobiliários estão em plena carga anunciando novos investimentos e buscando mais recursos para crescerem.
De acordo com relatório semanal do Trix referente a semana de 27 a 31/05, é possível observar que os FIIs de tijolo sofreram com uma queda de quase 1,70%, ao passo que os FIIs de papel tiveram alta no mês de 0,31%. Dos subsetores da classe de tijolo, o segmento que apresentou a pior performance no mês foi o de lajes corporativas, com queda de quase 2,8%. Na sequência tivemos os setores de renda urbana e galpões empatados numa queda de cerca de 2,40% e por fim, o setor de shopping apresentou queda de 1,05%.
Bom, o cenário ainda se mostra incerto, mas é evidente que temos bons ativos, com fundamentos mantidos.Vale comentar que nenhum FII mencionado aqui consiste em recomendação de compra ou venda.
Um forte abraço e um excelente mês. Contem comigo!