Compras em correções sustentam o S&P 500, mas cenário pode virar?

Publicado 20.02.2025, 10:56
  • Os índices norte-americanos operavam majoritariamente no vermelho hoje pela manhã, com a compra em correções sustentando a tendência de alta.
  • Ameaças tarifárias e tensões geopolíticas pressionam o sentimento dos investidores.
  • A divulgação do índice de preços PCE na semana que vem será essencial para a direção da política monetária do Fed.
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Sem grandes catalisadores fundamentais no radar, os mercados seguem encontrando compradores em momentos de baixa e continuam avançando. Ainda assim, uma correção pode ser necessária para tornar as ações dos EUA novamente atraentes sob a ótica do valuation. Por ora, não há sinais claros desse movimento, mas é sempre prudente estar preparado.

Antes de abordarmos os fatores macroeconômicos que influenciam os mercados, vamos analisar o gráfico.

S&P 500 – análise técnica e ideias de negociação

O S&P 500 continua exibindo um movimento altista, conforme ilustrado no gráfico diário de futuros do índice. O padrão de topos e fundos ascendentes, o avanço das médias móveis e a sequência de recordes com recuos limitados são indícios de uma tendência forte e saudável.

Isso não significa que o movimento de alta continuará indefinidamente. No entanto, enquanto não houver um padrão claro de reversão – como um falso rompimento, por exemplo –, a estratégia de compra nos recuos deve permanecer como a principal abordagem.
Em caso de correção no curto prazo, a área de suporte essencial encontra-se em torno de 6.098 pontos, marcando a máxima do candle em formato de martelo formado na última quarta-feira. Nessa região, também se situa a média móvel exponencial de 21 dias (EMA), que funciona como um suporte dinâmico. Abaixo da EMA de 21 dias, localiza-se a linha de tendência de alta de curto prazo, traçada a partir da conexão dos fundos recentes. Caso o índice caia até esses níveis, é provável que os compradores voltem a atuar para sustentar o rali.

Por outro lado, uma queda abaixo dos últimos fundos próximos de 6.020 pontos poderia complicar o cenário para os compradores. Nesse contexto, o mercado poderia se tornar mais volátil, configurando um padrão de baixa. Se esse cenário se confirmar, o movimento de venda técnica pode se estender até o próximo suporte em torno de 5.918 pontos ou até um nível ligeiramente inferior, onde a linha de tendência de longo prazo converge.

Na ponta superior, não há níveis de resistência evidentes, dado que o índice está próximo das máximas históricas. A máxima de dezembro, em 6.152 pontos, já foi testada diversas vezes, sugerindo que um rompimento altista pode estar próximo. Caso esse rompimento ocorra, o próximo ponto-chave será observar se o índice conseguirá se manter acima desse nível até o fechamento do pregão – o que confirmaria o rompimento – ou se retornará abaixo desse patamar, caracterizando um cenário baixista.

Um rompimento limpo acima de 6.152 pontos pode abrir espaço para uma nova pernada de alta em direção aos níveis de extensão de Fibonacci projetados no gráfico. A extensão de 127,2% do recuo a partir do pico de dezembro situa-se em 6.246 pontos, configurando o próximo alvo potencial.

Foco permanece em Trump

Após a forte queda das ações europeias ontem, os mercados estão mais estáveis, contribuindo para a sustentação dos futuros dos índices norte-americanos. Ontem, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mencionou a possibilidade de aplicar tarifas de até 25% sobre as importações de automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos.

Além disso, a aparente retirada de Trump do apoio à Ucrânia e aos aliados europeus afetou o sentimento do mercado. Essas preocupações geopolíticas impulsionaram os preços do ouro, que atingiram um novo recorde ao superar a marca de US$ 2.950 nesta manhã.

Apesar das manchetes, os mercados dos EUA demonstram resiliência. Por um lado, as declarações de Trump aumentaram a cautela do mercado nesta semana, especialmente devido ao otimismo moderado em relação a uma possível resolução da guerra na Ucrânia, prejudicado pela ausência de autoridades ucranianas e europeias nas conversas entre EUA e Rússia. Por outro lado, a sinalização de Trump sobre um possível novo acordo comercial com a China trouxe um alívio para os investidores.

Próxima semana: índice de preços PCE

Enquanto isso, os bancos centrais mantêm uma postura cautelosa, dado que os riscos inflacionários podem limitar o espaço para cortes nas taxas de juros – um posicionamento reforçado pelo Banco da Reserva da Austrália (RBA) no início desta semana. As últimas atas da reunião de política monetária do Federal Reserve, divulgadas ontem, confirmaram que, por ora, a política monetária deverá permanecer estável.

Sem grandes novidades econômicas que possam alterar essa perspectiva, as atenções continuarão voltadas para as declarações de Trump e suas ameaças tarifárias.

Na próxima semana, o foco se voltará para o principal indicador de inflação observado pelo Fed: o índice de preços PCE, com divulgação prevista para sexta-feira, 28 de fevereiro. Os últimos dados do CPI e do PPI, divulgados na semana passada, superaram as expectativas. Ainda assim, o Índice do Dólar não reagiu positivamente aos dados de inflação mais elevados, devido ao alívio nas preocupações com as tarifas comerciais.

Os componentes do PPI que influenciam o índice PCE – incluindo os custos de saúde e seguros, além da queda acentuada nas tarifas aéreas – contribuíram para aliviar as pressões inflacionárias. Esses dados sugerem que o índice PCE deve desacelerar para 2,6%, abaixo da estimativa anterior de 2,8%. Além disso, será divulgado o resultado preliminar do PIB dos EUA referente ao quarto trimestre (segunda estimativa). Até lá, os demais indicadores macroeconômicos divulgados no período devem ter impacto limitado nos mercados.

***AVISO: Este artigo tem caráter meramente informativo, não constituindo solicitação, oferta, conselho ou recomendação de investimento. Qualquer decisão de investimento envolve riscos e deve ser tomada pelo próprio investidor, considerando diferentes perspectivas de análise.

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