Olá, pessoal. No meu último artigo desta coluna, dividi com vocês duas estratégias extremamente simples e que performam muito bem. Uma delas era totalmente de renda variável (ações Brasil e EUA) e a outra mesclava renda variável com renda fixa. Se você não leu e se interessa pelo assunto, clique aqui para acessar o texto. Hoje compartilharei com vocês uma estratégia com fundos imobiliários (FIIs) que foi desenvolvida no âmbito da dissertação de mestrado do Luis Henrique Scherer Greenhalgh Barreto, no Coppead-UFRJ.
A estratégia deu origem a um artigo acadêmico publicado neste ano na Revista Contabilidade & Finanças (volume 34, número 91), da USP, o qual pode ser encontrado gratuitamente tanto no website da revista quanto no meu website pessoal com o título: “Dividend-Yield Variation as a Predictor in Momentum Strategies: Analysis of Brazilian REITs“. Luis Henrique Barreto é atualmente consultor e sócio da CHC Treinamento e Consultoria. Ressalto que, como a estratégia foi publicada em um artigo acadêmico, o embasamento teórico e os detalhes da metodologia adotada podem ser encontrados no artigo citado.
Em resumo, a estratégia escolhe mensalmente 10 fundos imobiliários e aloca seu patrimônio igualmente nesses FIIs por um mês. A escolha dos fundos se dá pela variação do dividend yield. Este critério foi extensivamente analisado durante a nossa pesquisa e mostrou-se um preditor robusto de performance no nicho dos FIIs. A estratégia foi concebida para gerar retornos superiores ao IFIX (índice de fundos imobiliários da B3 (BVMF:B3SA3)) no médio e, principalmente, no longo prazo. Não obstante e de forma bastante natural, haverá meses em que ela perderá para o índice representativo do mercado de fundos imobiliários.
A tabela a seguir apresenta as rentabilidades mensais teóricas em 2023, bem como rentabilidades anuais e a rentabilidade total desde 2020. Em sua última linha, a tabela mostra volatilidades anualizadas, tendo estas sido calculadas como o desvio-padrão dos retornos mensais (desde 2020) multiplicado pela raiz quadrada de 12 meses. No artigo acadêmico publicado, a análise aborda um histórico mais amplo e a performance superior ao IFIX é mantida, inclusive com significância estatística.
O gráfico a seguir apresenta a evolução teórica da estratégia frente ao IFIX. Todos iniciam a partir da referência 100.
Mais informações relevantes a respeito da estratégia são disponibilizadas a seguir para o período desde janeiro de 2020. A tabela mostra a correlação mensal da carteira com o IFIX, os retornos máximos e mínimos, o número de meses no positivo e no negativo e o número de meses com rentabilidades acima ou abaixo do IFIX.
Espero que tenham gostado. Para aqueles que desejarem conhecer a metodologia da estratégia, basta ler o artigo acadêmico publicado. Como todo artigo acadêmico, este precisa ser detalhado e sem segredos, realizando os devidos testes científicos. Meu objetivo é compartilhar com vocês técnicas e estratégias que podem ser interessantes. Comente abaixo o que você achou, pois isso me ajuda a atingir mais e mais pessoas! Ah, e para saber muito mais e acompanhar todo o meu trabalho, fica o convite para me seguir (@carlosheitorcampani) no Instagram, no LinkedIn e no Youtube.
Forte abraço a todos vocês.
* Carlos Heitor Campani é PhD em Finanças, Certificado pelo CNPI e Pesquisador da ENS – Escola de Negócios e Seguros. Além disso, ele é Diretor Acadêmico da iluminus – Academia de Finanças e Sócio-Fundador da CHC Treinamento e Consultoria. Campani pode ser encontrado em www.carlosheitorcampani.com e nas redes sociais: @carlosheitorcampani. Esta coluna sai a cada duas semanas, sempre na quinta-feira.