A semana demonstrou que tanto o Coronavírus, quanto o medo, são bastante contagiosos. Os índices ao redor do mundo cairam de forma significativa, e os ativos de proteção, voltaram a subir, conforme tabela abaixo.
Esta semana, com a reabertura do mercado financeiro na China, teremos talvez a chance de entender um pouco melhor como este surto se refletirá no mercado de lá. Cabe lembrar que a Apple decidiu fechar cerca de 42 lojas no país desde então, e a Starbucks vem seguindo um approach similar.
Como contraponto, cabe lembrar que as divulgações de resultados das empresas americanas, na sua grande maioria, têm sido relativamente positivas.
Olhando um pouco para o mercado doméstico, observa-se que o IBOV futuro rompeu uma lateralidade para baixo, tocando a retração de 50% de fibonacci na última 5af, para fechar a semana com uma inside bar (que num tempo menor é um tipo de acumulação / triângulo).
Se projetarmos esse retângulo / aglomeração para baixo, o nosso índice futuro tem um 'potencial' inicial de queda até a faixa dos 111,3 mil pontos, que estaria relativamente próximo ao topo histórico atingido no dia 07/11/2019, isto é, o último topo antes deste mais recente rally de alta que durou até o final de Dezembro.
Os contratos de dólar estão muito próximos de atingir o seu topo histórico, e sobem com bastante ímpeto pelo atual ambiente de temor que cerca o globo.
Falando um pouco mais da moeda americana, é interessante ver como o índice DXY (que considera esta moeda contra seus principais pares, especialmente o Euro), caíu nesta semana. O grande driver para este movimento do índice dólar está na queda da taxa de juros de longo prazo americana, que está sendo impactada por uma forte preocupação com o Coronavírus, e também com alguns indicadores econômicos, como a atividade industrial de Chicago divulgada nesta última 6af, que veio muito abaixo das expectativas dos mercados.
E aproveitando o tema de taxas de juros americana, chamamos a atenção para a mais nova inversão das de curto e longo prazo, conforme gráfico abaixo (este tem sido historicamente um dos sinais que sugere a proximidade de uma possível recessão econômica).
Abaixo, pelos gráficos diários do S&P500 e DAX, observa-se uma intensa queda dos mesmos nesta última semana. O primeiro fez um rompimento para baixo com deveras expressão, tendo como 'potencial' a confluência do movimento projetado da amplitude do canal de alta, que coincide com a retração de 61,8% de fibonacci.
O segundo, foi um dos índices que caíu com mais violência, influenciado também por alguns dados econômicos fracos divulgados recentemente. Neste momento se encontra exatamente sobre um relevante suporte, mas dando a 'pinta' que pode rompê-lo, dado a robustez com que se aproximou do mesmo.
Olhando um pouco para as commodities, observa-se que o preço do barril de petróleo WTI retornou para a faixa em que mais 'passeou' durante o ano passado, e que neste momento, se encontra numa região que se comportou até então numa área de demanda por compradores. A não reação do preço neste nível pode sugerir que o mesmo tem um 'potencial' para alcançar o seu suporte mais imediato na casa dos USD 42-45/bbl.
O ouro por sua vez, utilizado como ativo de segurança, voltou a se valorizar nesta semana, e está engatando uma 2a perna de alta. Fazendo a projeção do rompimento da bandeira para cima, o preço do ativo tem um 'potencial' para atingir a casa dos USD 1750.
Se já não bastasse todo o temor que tem tomado conta dos mercados, esta semana a agenda econômica está repleta de divulgações de suma importância, como atividade industrial na China, EUA, Alemanha e Brasil, além do payroll.
Desejo a todos uma excelente semana !!!
Forte abraço !!!