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Câmbio: Incertezas Determinarão Fluxos Cambiais Cadentes

Publicado 07.07.2014, 07:10
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Não há, a rigor, perspectivas de mudanças no quadro de desaceleração forte presente na economia ainda neste ano de 2014, o que faz com que no contexto geral seja considerado um ano já superado e o foco, então, já está totalmente direcionado para 2015.

Os empresários, conservadores e céticos ante as incertezas que assolam a economia brasileira e que atingem também o campo eleitoral, não tem parâmetros para definir concretamente diretrizes para este 2º semestre e tem ainda muitas dúvidas em torno de 2015.

O momento induz o setor produtivo a muita observação e pouca ação, fato que só leva o processo de desaceleração da economia a intensificar-se, o que tem determinado projeções de crescimento do PIB cada vez menores para este ano.

A indústria brasileira é reveladora deste “status quo” e não evidencia qualquer reação possível no curto prazo.

Na mesma linha a demanda vem se fragilizando e o crédito reflete esta realidade ao revelar volumes cadentes.

Em suma, o modelo de crescimento brasileiro possível sem investimentos volumosos na infra-estrutura do país está superado e o modelo consumo estimulado com a concessão de crédito está exaurido, mesmo nos programas generosos do governo pró-classes sociais menos favorecidas.

O país precisa ser repensado para redefinir seu alinhamento em rota de crescimento.

O quadro atual que sinaliza baixo crescimento ainda indica pressão inflacionária elevada, e este é um quadro de bastante desconforto para o governo, já que deixa latente o risco de reversão da geração de empregos e controle na inflação dentro da meta, assim entendido o piso alto da mesma.

Então, é o caso de se perguntar:

Como neste cenário desfavorável, o preço do dólar ainda permanece em parâmetros baixos?

Há explicações.

As pressões sobre o preço da moeda americana eram previstas para ocorrência desde o inicio deste ano, para o qual migrou US$ 18,0 Bi de fluxo cambial negativo de 2013 decorrente efetivamente de fluxo insuficiente, ano em que, também, os IED´s não foram suficientes para financiar o déficit em transações correntes.

Contudo, como o FED americano sinalizou um hiato maior na decisão de mudanças em sua política monetária, ocorreu a possibilidade dos investidores especuladores estruturarem operações de “carry trade” e direcionarem estes recursos para o Brasil, aproveitando o momento de oportunidade que havia na Bolsa brasileira com preços debilitados e na rentabilidade do juro que voltara a ser elevado. Este movimento pontual proporcionou o equilíbrio e assim o mercado à vista conseguiu dar liquidez à demanda, enquanto o BC continha as pressões sobre a elevação da taxa cambial atendendo a demanda por proteção no mercado futuro com oferta volumosa de contratos de “swaps cambiais”.

Este fato pontual de ingressos especulativos aliviou um quadro mais dramático de pressão sobre o preço da moeda americana no 1º semestre.

E assim, o BC pode valer-se do preço da moeda americana como fator coadjuvante à taxa de juro para atenuar pressões inflacionárias que poderiam ter sido mais intensas no período.

Contudo, neste 2º semestre, conseqüente de fatores internos e externos, deverá ocorrer a reversão deste fluxo oportuno ocorrido no 1º semestre de recursos especulativos, que ainda assim não foi capaz de dar solução à posição passiva de fluxo cambial de US$ 18,0 Bi advinda de 2013 que foi reduzida para US$ 15,0 Bi em conseqüência do saldo positivo do fluxo cambial comercial.

O capital especulativo não tem como regra, permanência longa nos mercados para os quais é direcionado, por ser de sua natureza o foco no ganho rápido e posterior saída.

Nossa Bovespa já atingiu parâmetros de ganhos elevados e há dúvidas se os sustentará, o que sugere que o capital especulativo ingressado intensifique a saída reversiva. No ambiente de renda fixa a remuneração do juro continua interessante, contudo as incertezas em perspectivas neutralizam esta atratividade e devem determinar, também, a saída de recursos.

Por outro lado, não se deve nutrir grande expectativa quanto ao fluxo de IED´s dada a baixa atratividade do país, e mesmo o movimento forte de captações externas por empresas brasileiras no 1º semestre pode ser entendido como antecipação em ano eleitoral, sugerindo que perca dinamismo neste 2º semestre.

As importações devem continuar revelando volumes cadentes, como reflexo da queda da atividade econômica do país.

Desta forma, o que se percebe é que depreciação do real só não ocorreu no 1º semestre por motivos fortuitos envolvendo um inesperado fluxo de capitais especulativos, que, contudo, devem revelar movimento reversivo neste 2º semestre.

No nosso ponto de vista, a transição de demanda mais acentuada do mercado futuro para o mercado à vista de câmbio está na perspectiva de curtíssimo prazo, e, a despeito do empenho que o BC possa realizar, será inevitável a apreciação do preço da moeda americana.

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