SOJA: Produtor antecipa entrega de soja contratada
Com bom volume de soja já negociado antecipadamente, conforme avança a colheita, vendedores têm dado preferência por cumprir contratos, adiantando até mesmo entregas previstas para daqui dois ou três meses.
Esse cenário limitou as negociações no spot na semana passada, mas os preços caíram no período, pressionados especialmente pelo recuo do dólar – em sete dias, a moeda norte-americana se desvalorizou 4,4% frente ao real, indo para R$ 3,60 na sexta-feira, 11. Outro fator que limitou os negócios internos foi a ampla diferença entre os valores de oferta e de compra.
Desde o início deste mês, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa, referente ao grão depositado no corredor de exportação e/ou negociado na modalidade spot (pronta entrega), no porto de Paranaguá (PR) recuou 4,11%, a R$ 73,56/sc de 60 kg na sexta. Ao ser convertido para dólar (moeda prevista nos contratos da BM&FBovespa (SA:BVMF3)), o Indicador foi de US$ 20,42/sc na sexta.
MILHO: Com oferta limitada, alta na parcial do mês é de quase 9%
Os preços do milho seguem em alta em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, influenciados pela posição firme de vendedores e pela demanda aquecida. Na sexta-feira, 11, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (base Campinas-SP) atingiu R$ 47,49/saca de 60 kg, com alta de quase 9% na parcial de março.
A média à vista de Campinas, mas com prazos de pagamento descontados pela taxa NPR, foi para R$ 47,09/sc. Segundo pesquisadores do Cepea, além de as chuvas estarem interrompendo a colheita da safra de verão em muitas regiões, o que limita a oferta interna, produtores se retraem à espera de preços ainda maiores.
MANDIOCA: Oferta aumenta, mas preços seguem em elevação
O clima favoreceu a colheita da raiz de mandioca em boa parte da última semana, com chuvas apenas na segunda metade do período. Assim, as atividades avançaram na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Apesar de a oferta ter aumentado, ainda esteve abaixo do esperado pelos agentes das indústrias, o que ainda manteve a ociosidade industrial elevada e os preços, em alta.
Com maior liquidez nos mercados de farinha e fécula e com indústrias precisando repor estoques, a demanda industrial continuou firme. Como resultado, passou a haver maior disputa pela matéria-prima, levando parte dos produtores a entregar o produto em empresas diferentes daquelas inicialmente acordadas.