Os mercados acionários globais estavam em terreno instável durante as primeiras semanas da pandemia em 2020, quando os investidores avaliaram o risco de uma perspectiva bastante diferente. Isso fez com que as ações de empresas de diversos mercados emergentes, como a América Latina, tivessem um ano volátil e ficassem sob pressão. O índice MSCI Latin America, por exemplo, cedeu 13,52% no ano passado.
Em 2021, no entanto, a história tem sido diferente. As empresas da região demonstraram maior resiliência do que se esperava. Em razão disso, discutimos hoje um fundo com cotas negociadas em bolsa (ETF) que pode ser do interesse de investidores de olho na região.
CONFIRA: Cotações dos ETF negociados no Brasil
Métricas recentes mostram que mais de 650 milhões de pessoas vivem na América Latina, cuja população total deve superar 700 milhões até 2030. Em comparação, a China possui cerca de 1,4 bilhão de habitantes, enquanto a União Europeia possui quase 450 milhões e os EUA, 330 milhões.
Entre os países latino-americanos, o Brasil é o que possui a maior população, cerca de 212 milhões, seguido de México (129 milhões), Colômbia (51 milhões) e Argentina (45 milhões). O PIB per capita é de quase US$9000. Para fins de comparação, na China é de quase US$10.500; nos EUA, US$63.500; e na UE, US$44.500.
Em junho, a S&P Global elevou suas projeções para o PIB de 2021 para as principais economias latino-americanas, de 4,9% para 5,9%, frente ao desempenho acima do esperado no setor de serviços. Em 2022, entretanto, a expectativa é de apenas 2,5%.
A região é bastante conhecida por empresas bem estabelecidas em mineração, agronegócio e petróleo. Mas o setor de tecnologia, inclusive empresas financeiras e de comércio eletrônico, está crescendo rapidamente.
De acordo com a Associação de Investimento em Capital Privado da América Latina:
“O investimento de risco na região superou US$4 bilhões pelo segundo ano consecutivo, com um recorde de 488 acordos em 2020, além de investimentos recordes em empresas nos seus estágios iniciais de desenvolvimento de diversos mercados de maior porte. A tecnologia financeira continua sendo o tema dominante, seguido de comércio eletrônico e mercado imobiliário, com notável crescimento em setores relevantes na pandemia, como tecnologia em saúde e educação”.
Com essa informação, apresentamos nosso fundo de hoje.
iShares Latin America 40
- Preço atual: US$28,60
- Média de 52 semanas: US$20,62-32,52
- Retorno do dividendo (Yield): 2,26%
- Taxa de administração: 0,48% ao ano
O fundo iShares Latin America 40 (NYSE:ILF) fornece acesso a 40 grandes empresas da América Latina. Suas 10 principais ações compreendem 56% do seu patrimônio líquido de US$1,52 bilhão. Cerca de 59% das empresas são do Brasil. Em seguida temos México (24,22%) e Chile (6,45%).
O ILF rastreia os retornos do índice S&P Latin America 40 e começou a ser negociado em outubro de 2001. Em termos de alocação setorial, o setor de materiais detém a maior participação, com 26,67%, seguido de finanças (26,20%) e consumo básico (13,88%).
Entre os principais nomes da sua carteira estão a mineradora Vale (SA:VALE3) (NYSE:VALE), maior produtora de minério de ferro e níquel do mundo; o Itaú Unibanco (SA:ITUB4) Banco Holding (NYSE:ITUB), maior instituição bancária privada do país; a estatal Petrobras (SA:PETR4) (NYSE:PBR), além do grupo mexicano de comunicação America Movil (NYSE:AMX) e WalMart de México (OTC:WMMVY).
No último ano, o fundo acumula alta de cerca de 27%, mas cai 1% até agora em 2021. O ILF tocou sua máxima de 52 semanas no início de junho. Os múltiplos de preço-lucro e preço-valor contábil são de 22,05x e 2,14x, respectivamente. Os investidores que acreditam no potencial de crescimento da região podem considerar comprar o fundo em correções.
Por fim, os investidores que desejam investir nos dois principais países latino-americanos individualmente podem pesquisar melhor sobre os seguintes ETFs:
iShares MSCI Brazil ETF (NYSE:EWZ): alta de 15.8% no último ano, mas queda de 4,0% até agora em 2021;
iShares MSCI Mexico ETF (NYSE:EWW): alta de 43,2% no último ano e de 15,1% até agora em 2021.