Com os mercados atentos à fala de Jerome Powell nesta quarta-feira, quando também será anunciada a nova taxa de juros dos EUA, o clima é de expectativa e tensão. Ao mesmo tempo, o dólar segue em queda, pressionado por declarações contundentes de Donald Trump. No domingo, o ex-presidente norte-americano reacendeu temores em relação à sua postura comercial ao ameaçar aplicar uma tarifa de 100% sobre filmes estrangeiros. Apesar de declarações mais amenas nesta segunda-feira, o impacto foi limitado e não foi suficiente para conter a desvalorização da moeda americana.
A ameaça tarifária reduziu o otimismo observado na semana anterior, quando o mercado reagia positivamente a sinais de moderação na política econômica de Trump. Na ocasião, o ex-presidente chegou até a elogiar Jerome Powell, figura que anteriormente criticava com frequência por resistir a cortes mais agressivos nos juros.
Desde o início dessa nova série de ataques retóricos de Trump, o dólar vem sofrendo desvalorização global, com investidores avaliando que a escalada protecionista pode prejudicar a economia americana no curto prazo. O principal alvo das tarifas seriam produtos chineses amplamente consumidos nos EUA, o que poderia elevar a inflação doméstica e limitar o espaço para cortes de juros. Com a chamada "Super Quarta" se aproximando, o mercado permanece atento a qualquer sinal de progresso nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China — o que, até agora, não aconteceu.